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O presidente Lula arranjou mais uma insatisfação contra ele no Congresso. Há pouco foi aquela medida provisória que tentou derrubar a vontade de 438 congressistas com a prorrogação da desoneração da folha para 17 setores que mais empregam no país. Essa medida provisória está condenada. E agora ele fez um corte em R$ 11 bilhões de emendas de deputados. Nas de senadores ele cortou R$ 5,6 bilhões. E está uma tremenda de uma insatisfação, porque deputados e senadores que puseram emendas já avisaram às suas bases, aos seus municípios, que viria emenda para a prefeitura reformar a ponte, para fazer a praça, fazer o estádio, essas coisas já haviam sido prometidas e agora se tornam impossíveis, porque cortou a metade. E Arthur Lira, segunda-feira, vai se reunir com as lideranças para saber como vão reagir, o que vão fazer. Continua a briga. Mesmo com agrados de nomeação em encargos, na Caixa Econômica, por exemplo, em 12 vice-presidentes da Caixa Econômica, sete vice-presidências foram para o Centrão, inclusive para o PL.
Isso a gente não via no governo anterior porque eram órgãos técnicos, não eram partidos políticos donos da Caixa Econômica, do Banco do Brasil, do BNDES, do Banco do Nordeste ou de ministérios. Poderiam dizer que isso dificultou o governo de Bolsonaro. Pode ter criado dificuldade, mas pelo menos foi uma situação de presidencialismo. O que a gente está vendo agora na prática é um parlamentarismo, regime parlamentar, em que o Poder Legislativo exerce o Poder Executivo. Tanto que está cheio de ministro que é deputado e senador, sem perder o mandato, o que é um absurdo. O pior ainda desse absurdo é o sujeito abandonar o seu eleitor para ser empregado do presidente da República, quando ele deveria ser empregado do seu eleitor.
Justiça cara
E eu vi um dado com base em dados da Receita do Tesouro Nacional. A justiça brasileira, em termos relativos, ou seja, em percentual, sobre o Produto Interno Bruto, numa lista de 53 países, é a que mais gasta. Número um do mundo. Dá um percentual bem acima de 1% do PIB, sendo que na maior parte dos países, na média, o Brasil é quatro vezes a média de todos os países. E qual é o resultado? Nenhum. A gente tem insegurança jurídica e a gente tem insegurança pública também. É complicado. Aliás, eu achei que a maior parte desse valor é com folha de pagamento. Salários e penduricalhos. Aí entra tanto penduricalho que a pessoa tem que aproveitar os dias que ainda restam de férias para ir para a Europa, para ver se gasta mais um pouquinho do que ganhou, como eu escutei.
E gravíssimo, se a gente considerar o que o Estado brasileiro gastou, dá 46% do PIB, ou seja, quase metade de tudo que se produz nesse país, de tudo, quase metade é gasto pelos governos, supostamente para prestar serviços públicos. 46% do PIB é gasto do Estado brasileiro em seus três níveis e três poderes.
Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima