As redes sociais estão criticando a quantidade de brasileiros que foram para a reunião do clima nos Emirados Árabes. Foram 2,4 mil, sendo que 400 na comitiva oficial, ou seja, gente de governo. Isso é três ou quase quatro vezes a delegação da Índia, que tem a segunda maior população do planeta Terra, 1,4 bilhão de pessoas. Com isso se jogou muita fumaça na atmosfera. Foram necessários quantos aviões para levar toda essa gente?
Quando ouvi o discurso do presidente sobre a Amazônia, não achei nenhuma referência aos brasileiros que lá estão. Em geral, são brasileiros muito pobres: os caboclos, os ribeirinhos, os garimpeiros, gente que veio do Nordeste para procurar uma vida melhor e lá conseguiu o seu plantio, a sua criaçãozinha de gado, todos na agricultura familiar. Agora, estão expulsando até quem foi assentado pelo Incra em 1994 e está sendo “desassentado” de suas terras onde estavam havia mais de 30 anos, porque criaram posteriormente, em 2007, a reserva indígena de Apyterewa. E não se ouviu nenhuma palavra do presidente, muito menos do seu ministro de Direitos Humanos, e o que está sendo feito lá com essas pessoas é uma desumanidade.
Mas também, o ministro de Direitos Humanos não falou dos que estão presos na Papuda, dos que estão com tornozeleira eletrônica, dos processos e prisões totalmente fora do que diz a Constituição. Não é de se surpreender. Mas temos que pensar nisso, que direitos humanos são para todos, não uma atividade política com parcialismo político-ideológico. É para todos; diz a Constituição que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
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Lula é incapaz de criticar o ditador Maduro
Lula, que é amigo de Maduro, bem que poderia ter dito ao venezuelano para sossegar o facho. Mas em vez disso ele generalizou, falou apenas em “baixar o facho”, mas não disse para quem. Depois ele especificou, dizendo “espero que o bom senso prevaleça do lado da Venezuela e do lado da Guiana”. Todo mundo ficou se perguntando: qual é o bom senso esperado do lado da Guiana? Entregar Essequibo, 75% do país, para não ter guerra? É o mesmo conselho que ele deu na guerra entre Rússia e Ucrânia, quando disse que a Ucrânia devia entregar as províncias de etnia russa. Ele poderia muito bem ter apenas dito a Maduro para parar com isso, que ninguém quer mais guerra. Ele até disse isso também, mas não é capaz de nomear Maduro.
Câmara de Vereadores do Rio quer botar abaixo estátuas de heróis nacionais
Falando em guerra, não sei o que pretende a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, que vai tirar estátuas do Duque de Caxias e do Padre Antônio Vieira. Parece que enlouqueceram. E por quê? Porque promulgaram um projeto de lei aprovado em outubro, em que o prefeito Eduardo Paes ficou em cima do muro. Não quis vetar, nem sancionar; lembrou dos tempos em que ele era do PSDB.
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Aliás, o PSDB acaba de eleger o ex-governador de Goiás e senador Marconi Perillo para presidente. Agora é um partido pequeno; já foi um dos dois grandes partidos, nós tínhamos Coca-Cola e Pepsi-Cola, eram PT e PSDB, mas agora os tucanos têm só dois senadores e 13 ou 14 deputados. O PSDB tem a mesma origem do DEM, antigo PFL, que foi uma dissidência do partido principal – no caso, o PSDB saiu do MDB.
Era deputado, virou ministro, voltou a ser deputado, agora é ministro de novo
Para encerrar, eu queria lembrar do ministro do Turismo, Celso Sabino, que foi eleito para representar 142 mil eleitores paraenses, mas deu as costas aos eleitores para ser ministro do governo Lula. No entanto, ele quer as emendas do orçamento; então, pede para sair do cargo de ministro, fica três dias lá na Câmara, coloca as emendas dele, e é nomeado de novo ministro do Turismo. No lugar dele, ainda ficou o suplente Hélio Leite, que teve 97 mil votos e era secretário do governador Helder Barbalho. Os dois são do União Brasil. Esse é o sistema político brasileiro, que não dá a mínima para o eleitor. E depois querem nos convencer de que isso é democracia.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos