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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Lula deu mais dinheiro para deputados do que para as vítimas da tragédia no RS

Vista aérea da inundação do Rio Guaíba na região metropolitana de Porto Alegre (Foto: Ricardo Stuckert / Divulgação PR)

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O governo anunciou a liberação de R$ 614 milhões de emendas na área da saúde para o Rio Grande do Sul. Não tem como a gente não comparar com a liberação de emendas para deputados exatamente uma semana antes. Foi num único dia: R$ 4,9 bilhões. Não tem como a gente não comparar. E olha que eu nem estou comparando com a suspensão das multas de indenização da Odebrecht e da JBS por parte do ministro Toffoli, que somam R$ 15 bilhões. Pois é, ser bonzinho com o Rio Grande do Sul exige esse tipo de comparação para a gente saber a relatividade das coisas, dos valores.

O Rio Grande do Sul, depois de três anos com seca, agora tem essa enchente. Maior produtor de trigo, soja, o segundo produtor de arroz, grande produtor de leite, mas está jogando leite fora porque não tem como transportar. O leite se deteriora, não tem como chegar às cidades, e elas estão precisando até de água potável, imaginem só. Isso sem considerar as pessoas que ainda estão no telhado das casas esperando socorro, que não tem sido suficiente. O problema se mantém ainda que todo mundo tenha se mobilizado, inclusive os saqueadores, que estão furtando embarcações para poder saquear casas que foram abandonadas por seus proprietários. É um crime terrível isso.

Prevenção

Eu vejo as pessoas dizendo temos que prevenir, temos que prevenir para a próxima catástrofe. No entanto, nós já tivemos uma catástrofe em setembro para ensinar a prevenir. Alguns prefeitos preveniram-se, outros não. O governo do Estado parece que não. O governo federal vai lá e visita, mas não é só isso. Faz parte da prevenção um sistema de aviso sobre grandes chuvas, que avise que tais áreas podem ser atingidas. A prevenção nas estradas, a prevenção de queda de barreiras, que se tornaram um grande problema e não houve prevenção para evitar a queda de barreiras.

Houve desmatamento, não houve a contenção. E é muito fácil de fazer. Qualquer topógrafo ou engenheiro é capaz de olhar para o rio, calcular o leito do rio subindo e saber onde a água vai chegar. Aí cada município pode fazer o seu sistema de prevenção. E no caso de enchente, o que fica potencialmente mobilizado, fica pronto para agir, pois as enchentes são cíclicas.

Eu morei à margem do Jacuí, e depois às margens, porque morei em Estrela Elajado, no Taquari. Eu já andei de caiaque no pátio da minha casa, numa das enchentes. Então tá cheio de especialista aí, trabalhem para se na próxima vai prevenir, já que depois da de setembro não houve prevenção. Agora os prejuízos, além da perda de vidas - e esse é o principal - há doenças. Há um alerta de leptospirose e o país já está atacado pela dengue, como nunca. E ainda falam em prevenção. Dengue é prevenível, mas a água que cai do céu, não. Agora, o que fazer quando ela cai no chão e segue a lei da gravidade, aí sim, nesse caso deviam saber as medidas a serem adotadas.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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