Silvio Almeida disse que a demissão do governo Lula será uma “oportunidade” para que possa provar sua inocência e se reconstruir.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
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Vamos recordar a demissão do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A ironia que foi isso. Está cheio de ironias, não? Direitos Humanos, sempre defendendo as coisas melhores do gênero humano, e ele está lá passando a mão na ministra durante reunião ministerial. E depois a gente ficou sabendo que há muitas outras denúncias anteriores desde que ele era professor.

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O presidente Lula não conseguiu segurar o escândalo de Silvio Almeida. Dizem que ele já sabia, que Janja já sabia, que alguns ministros sabiam, que a ministra Anielle já tinha comentado com outros. Ela mesma ficou quieta para não prejudicar o governo. Essas coisas a gente não entende.

Assim como do “Mexeu com uma, mexeu com todas”, eu também não ouvi nada até agora. Esse “Mexeu com uma, mexeu com todas”, é político, não tem nada a ver com defender mulheres – é o que se está provando nesse caso. E o presidente Lula, que já vem pagando muito caro por segurar Nicolás Maduro, não segurou o ministro Silvio Almeida. Foi demitido logo, agora vai ter de responder na Justiça a essas acusações.

Maduro

Enfim, o ministro saiu, mas o presidente da República ainda tem que resolver a questão envolvendo Maduro, outro que está no colo dele. O mundo todo sabe que Lula é quem segurou Maduro. Era o marqueteiro do Maduro, o publicitário do Maduro, queria vender Maduro como democrata para todo mundo. E agora? O que está acontecendo na embaixada da Argentina custodiada pelo Brasil?

Maduro rompeu com a Argentina de Milei, que tirou todo o corpo diplomático argentino da Venezuela, e o Brasil assumiu a custódia da embaixada, com as pessoas que estão lá dentro, a proteção das pessoas que estão lá dentro – que são refugiados, na verdade. É gente que vai ser presa pela polícia de Maduro.

Vocês conhecem muito bem as imagens que a gente vê nas redes sociais, imagens chocantes de assassinatos na rua. Tiraram a bandeira do Brasil, tiraram a energia elétrica do prédio da embaixada e a embaixada está cercada por forças policiais. E agora? Difícil. Eu não sei. Não sei se na hora em que este texto for publicado já haverá um desfecho, mas é uma situação muito, muito delicada entre Brasil e Venezuela, entre Lula e Maduro porque ficou pessoal, individual.

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Povo na Paulista

A outra questão é o povo na Avenida Paulista e o povo que estava na Esplanada dos Ministérios, a diferença entre eles. Se a gente comparar a Esplanada dos Ministérios no 7 de setembro de 2022, último ano de Bolsonaro, quando o que houve foi apoio ao presidente, agora, em 2024, o que se viu foram “outros assobios” a Lula. O presidente já tinha recebido vaias na noite anterior em Curitiba, no jogo Brasil X Equador, e no dia seguinte, cercado por seguranças em torno do carro presidencial, e com a Esplanada praticamente vazia – certamente havia funcionários comissionados e suas famílias nas arquibancadas, mas ficou nisso.

E Lula ainda convidou Alexandre de Moraes para ficar ao lado dele, para mostrar o apoio ao ministro do STF. Depois, convidou os ministros do Supremo para almoçar. Foram o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o próprio Moraes, o decano Gilmar Mendes, o Cristiano Zanin, mais o Toffoli, que trabalhou com o Lula também, e esses ministros tiveram a companhia de mais sete ministros do Poder Executivo. Rodrigo Pacheco, que estava no palanque, não foi para o almoço. Arthur Lira não foi sequer para o palanque – ele estava em Alagoas. A primeira-dama está no Qatar.

Foi um almoço de clara manifestação de apoio recíproco. “O Supremo apoiando Lula e o Lula apoiando o Supremo.” Foi o que disse o Washington Post, é o que se diz no exterior, que Lula está apoiando as decisões do Supremo, que foram criticadas pelo povo brasileiro – uma boa parte do povo brasileiro – na Avenida Paulista. A presença do povo foi muito eloquente, mais eloquente que os discursos que foram ouvidos do carro de som, porque democracia é o povo.

Gelo no avião  

E só para encerrar, eu estou vendo aqui o relatório do acidente do avião da Voepass, que estava realmente com gelo nas asas. O gelo pesou muito, o avião estava com pouca velocidade, "estolou", parece que o funcionamento pneumático para quebrar o gelo mais grosso no bordo de ataque das asas não funcionou. Tentaram três vezes e na hora que foram fazer a curva para começar a aproximação, há uma espécie de derrapagem, diminui a sustentação das próprias asas e aí entrou naquela espiral e as imagens a gente viu.

É lamentável que seja sempre assim, uma sucessão de problemas. Esse é um modelo de avião que tem um histórico de problemas com gelo. Há equipamento mais moderno que esquenta o bordo de ataque, e esses aviões modernos que andam por aí não têm problema com gelo. Bom, a aviação continua sendo segura porque é muito mais seguro o avião do que o automóvel. É só a gente comparar a quantidade de acidentes.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]