Os senadores de oposição que não querem Flávio Dino no Supremo estão contando votos lá dentro e confessam que está difícil, porque há pressões de todos os lados para aprovar Flávio Dino. Eu fico pensando, o raciocínio do presidente Lula, porque Flávio Dino não é do PT. O procurador da República que ele indicou, o novo, também não é do PT. Aliás, quem estava brigando por ele era a Bia Kicis, que é do PL. E ele é contra o aborto, ele era daquela comissão de presos político, desaparecidos no governo militar, e votou pela não responsabilização do Estado brasileiro. Mas foi essencial na condenação de Bolsonaro por abuso do poder político e dos meios de informação disponíveis lá naquela reunião com os embaixadores. De qualquer forma, não são dois indicados e desejados pelo PT. Lula deve ter imaginado: "Flávio Dino é mais útil para mim no Supremo do que no Ministério da Justiça".
Flávio Dino estava sendo um abafador, um amortecedor antes de Lula. Batem mais no Flávio Dino do que em Lula. Ele se expõe mais. Talvez seja isso. Agora vai completar a politização do Supremo. Flávio Dino é um ser eminentemente político. Ele deixou a carreira de juiz federal em 2006 para ser candidato do Partido Comunista do Brasil a deputado federal. Foi eleito deputado federal, depois governador do Maranhão e, depois, pelo Partido Socialista Brasileiro, senador. E vai para o Supremo. É mais um político no Supremo. Mais um advogado de Lula no Supremo.
Já tem lá atrás o Dias Toffoli, o Zanin, advogado mesmo, que defendeu causas do partido e de Lula, presidente do partido. Sobre essa politização do Supremo, a gente lembra do que aconteceu lá no centro de convenções, lá em Minas, com o presidente Supremo, Barroso, depois do discurso veemente do presidente da OAB de Minas Gerais, foi mais veemente ainda a reação do auditório, que em pé ficou aplaudindo, vaiando, ovacionando e o presidente do Supremo ficou sentado. Depois fez um discurso corajoso em que reforçou a ideia de politização do Supremo, porque ele falou que combateu o negacionismo, as questões climáticas, a pobreza, tudo questão de Poder Executivo, Poder Legislativo, mas não de uma corte constitucional. Então o Supremo está eminentemente um órgão político e não constitucional, não é mais apenas o topo de um sistema judiciário que trata de leis, de direitos. É essa a questão que está em jogo aí nessa indicação de Flávio Dino.
Gonet
Eu queria falar um pouquinho do Gonet porque as pessoas não conhecem, né? Bia Kicis garante que ele é um servidor da lei em primeiro lugar e um homem de princípios.
Gastança
Uma outra questão que eu queria abordar, eu tenho falado aí da situação econômica muito ruim, é um labirinto escuro, melhorou, em setembro já teve um superávit nas contas e agora R$ 18 bilhões em outubro. Só que se a gente comparar com outubro do ano passado, o superávit de outubro do ano passado foi quase o dobro, foi R$ 30 bi. E a soma dos dez primeiros meses do ano está dando R$ 71 bi de déficit, e o governo está prevendo R$ 177 bi de déficit. Por quê? Vai ao governo de arrecadação, deveria ser o governo de economia fazer um estado menor, que isso é impossível, na ideologia que foi eleita para governar, ou na doutrina que foi eleita para governar, no programa que foi eleito para governar. Foi isso que uma maioria, escassa maioria, de pouquinho mais da metade dos eleitores quis. Um governo gastador, um estado cada vez mais inchado. Saltou de 22 ministérios para 38. O presidente quando criou mais ministérios, disse que não ia gastar um tostão a mais com funcionalismo, agora ele confessa que precisa criar 90 mil a 100 mil vagas. Aí a coisa fica muito, muito complicada nas finanças do governo. E aí a tendência é aumentar a dívida pública. E querendo aumentar a arrecadação, que todo mundo quer, né?
Acabaram com o teto de gastos, aumenta a arrecadação, e lá pelas tantas começa a trancar a arrecadação, é a curva de Laffer. Uma hora as pessoas cansam de pagar.
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