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Lula é recebido pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante a cúpula do G20, em Nova Déli
Lula é recebido pelo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, durante a cúpula do G20, em Nova Délhi.| Foto: EFE

O que você faria se descobrisse, ao fim dos primeiros sete meses deste ano, que gastou mais de R$ 8 milhões no seu cartão de crédito? Que susto, não? Pois os gastos no cartão corporativo do presidente do Brasilestão em quase R$ 8 milhões, segundo descobriu a Folha de S.Paulo no Portal da Transparência. Média de mais de R$ 1 milhão por mês. São essas 39 viagens, ficando em hotéis caríssimos, como está acontecendo agora, em Nova York. Para fazer uma comparação, o cartão corporativo de Bolsonaro, no mesmo período de sete primeiros meses de mandato, deu R$ 5,3 milhões; o de Temer, R$ 3,8 milhões; e o de Dilma, R$ 4,9 milhões.

Agora Lula terá de justificar tanto apoio a ditadores

Falando na viagem de Lula a Nova York, tudo indica que vai, enfim, haver um encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Ele tentou falar com Lula na reunião do G7 no Japão, em maio, e Lula disse que não tinha horário para ele. Agora Lula ofereceu horários – mais de um, para que Zelensky escolhesse. E o encontro seguinte será com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Não sei se vai ser fácil porque, no Senado, os republicanos estão acusando Lula de chavista, de estar atrelado à China e a Vladimir Putin, e de dar apoio a Nicarágua, Venezuela etc. Além disso, em Cuba, Lula atribuiu ao embargo norte-americano a crise econômica de Cuba, que aliás faz com que Cuba não consiga pagar R$ 2,6 bilhões para o Brasil. Provavelmente poderia pagar com charuto e o rum – não é piada, porque são os dois produtos que o Brasil mais importa de Cuba.

CNBB fala duro contra tentativa de legalizar aborto no STF

A CNBB se manifestou de modo muito duro a respeito da votação do aborto no STF. Em outros tempos em que eu cobria o Supremo, se o PSol estivesse sugerindo ao STF que permitisse o aborto até 12 semanas de gravidez, o Supremo devolveria isso para o PSol dizendo “vão decidir isso nos plenários da Câmara e do Senado, porque isso aqui não é Poder Legislativo. O poder que faz leis é que pode fazer isso, e não o Judiciário”. Aliás, está no artigo 5.º da Constituição – cláusula pétrea – que o primeiro direito é o direito à vida. E o artigo 2.º do Código Civil diz que a pessoa tem personalidade civil quando nasce, mas tem os direitos garantidos desde a concepção, ou seja, desde o momento em que o espermatozoide fertilizou o óvulo. Vejam só a posição formal da CNBB: os pedidos são “pauta antidemocrática pois, atropelando o Congresso Nacional, exigem do STF uma função que não lhe cabe, que é legislar diante de uma suposta e inexistente omissão do Congresso Nacional, pois se até hoje o aborto não foi aprovado (...) não é por omissão do parlamento, senão por absoluta ausência de interesse do povo brasileiro, de quem todo poder emana”. “Não aceitaremos quaisquer iniciativas que pretendam apoiar e promover o aborto”, diz a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. É a reação; está vindo uma grande mobilização no Congresso e entre as bancadas religiosas para mostrar ao Supremo qual é a vontade do legislador.

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Pacheco quer punir pedido de impeachment “sem motivo”

Ficamos sabendo agora, pela Gazeta do Povo, que existe um projeto de lei de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para punir quem apresentar pedido de impeachment de autoridade “sem motivo real”. Estranho, isso: coincidentemente, nesta terça-feira cerca de 20 deputados vão protocolar no Senado um pedido de impeachment de um ministro: o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias. São coisas da política, da independência e da autonomia de poderes. Será que no Brasil ainda há freios e contrapesos, como sonhou Montesquieu quando elaborou a teoria dos três poderes?

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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