Lula cobrou a apresentação das atas eleitorais da Venezuela, mas foi menos enfático que líderes de outros países.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A ministra do Meio Ambiente diz que o fogaréu todo é culpa do clima. Puxa, se fosse culpa do clima, o que seria de Israel, ou do Canadá? O Canadá frio demais, Israel só deserto, seco demais…

Amazônia queimando, Pantanal queimando, Serra do Cipó queimando e, agora, Goiás, Mato Grosso e principalmente São Paulo queimando.

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Brasília passou o domingo na névoa, na fumaça. Na Amazônia, idosos e crianças se queixam de uma doença pulmonar que é provocada por micropartículas de cinza que se depositam nos pulmões.

Lula arruma briga com a Anvisa

Enquanto isso, o presidente Lula resolveu brigar com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Foi a Hortolândia inaugurar um laboratório e disse que é preciso que morra algum parente de "companheiro" da Anvisa para a agência se dar conta de que tem que se apressar mais para aprovar remédios. Não, a Anvisa não serve só para aprovar; serve para aprovar ou reprovar.

O presidente Lula parece não ter entendido. Disse que a Anvisa tinha que se apressar para aprovar remédios que são necessários à população. A Anvisa faz as duas coisas. E ai da Anvisa se aprovar remédio que não serve para nada, ou que tenha alguma coisa que, passado o tempo, vá afetar a vida das pessoas de forma até bem grave.

Lula não ficou sem resposta. O diretor da Anvisa, o almirante médico Antônio Barra Torres, que tem mandato e autonomia, respondeu que alguns funcionários da Anvisa morreram durante a pandemia trabalhando, e que já enviou diversos ofícios para o governo federal pedindo mais funcionários.

A propósito, a Butanvac, a vacina do Butantan, não deu certo. Estava na segunda fase, e os resultados não foram bons. Passados 28 dias da aplicação em 400 voluntários na segunda fase, não se formou um número de anticorpos suficiente. Desistiram, não dá.

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Só para lembrar: uma vacina precisa de uns cinco anos de teste. Vão cada vez aumentando mais os voluntários, e depois temos que ver os efeitos colaterais. Aí fica todo mundo desconfiado. A gente pega a rede social e vê um corredor, um atleta, um jogador de futebol que teve arritmia, e a gente não sabe o que pode ter sido, mas a gente fica com o pé atrás.

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Brasil se une a ditaduras e pega leve com a Venezuela

O Supremo da Venezuela não apenas disse que o Maduro ganhou e ponto final, mas também ordenou que não se fale mais em eleição. É proibido mostrar as atas da eleição. É incrível. E ganhou por 52%, mas não perguntem com quantos votos. O Supremo de lá é uma vergonha.

Países do mundo inteiro, a União Europeia, a ONU e a OEA não aceitam este resultado. Não consideram que Maduro ganhou, muito pelo contrário. Eles estão acreditando no resultado que foi divulgado pela oposição, de 66% para o embaixador Edmundo González e cerca de 30% para o Maduro. Só que o Maduro não mostra isso.

Os governos da Argentina, da Costa Rica, do Chile, do Equador, dos Estados Unidos, da Guatemala, do Panamá, do Paraguai, do Peru, da República Dominicana e do Uruguai – ou seja, os vizinhos americanos – fizeram uma nota dizendo que rechaçam categoricamente o anúncio do Tribunal Supremo da Venezuela.

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E não tem assinatura do Brasil. O Brasil está junto com Nicarágua, Cuba, Irã, China… Uma posição bem incômoda para o Brasil.

Aí, os presidentes Gustavo Petro, da Colômbia, e Lula, do Brasil, fizeram uma nota conjunta dizendo que "sim, a gente sabe que o Supremo disse isso, mas continuamos a exigir as atas". Só que o Supremo proibiu de divulgar. Continuam aguardando as atas do Conselho Nacional Eleitoral para cumprir o que foi assinado no Acordo de Barbados, cujo espírito de transparência deve ser respeitado.

Só para lembrar: a Colômbia deve ter uns quatro milhões de refugiados… O Brasil tem um milhão. Por causa da língua, os refugiados vão mais para a Colômbia.

Colômbia e Brasil estão sendo suaves com Maduro pra manter um canal de conversação, que os outros já fecharam: não tem conversa, é ditador, fingiu que ganhou a eleição e todo mundo sabe que não ganhou.