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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

O peso de ser ministro cobra a saúde até de homens lançados ao espaço

O ministro Marcos Pontes e Jair Bolsonaro.
O ministro Marcos Pontes e Jair Bolsonaro. (Foto: Carolina Antunes/PR)

Você sabia que de 2001 até 2018 o gasto com pessoal do Governo Federal cresceu mais que o dobro da inflação? Cresceu 447% e a inflação foi de 203%. Que coisa incrível. O gasto com a folha de pagamento era de R$ 63 bilhões, agora são R$ 300 bilhões, ou seja, multiplicou-se por cinco.

Tem ainda o agravante de que temos computador no meio. Cada vez mais o mundo digital está reduzindo, teoricamente, o número de pessoas necessárias para fazer o mesmo serviço burocrático. Coisas de Brasil. Os partidos políticos aparelharam os ministérios e foram colocando lá os seus protegidos.

Marcos Pontes internado

O ministro Marcos Pontes foi internado no hospital das Forças Armadas com náusea, vômito, sudorese e dificuldade para andar. Ele é um homem de 56 anos que teve saúde suficiente para ser lançado ao espaço.

Mas a saúde dele não resistiu aos encargos de ser ministro da Ciência e Tecnologia. Talvez fossem as “incomodações” de tirar o diretor do INPE e as histórias das queimadas na Amazônia. Quando eu era jovem e era bancário - e não gostava do que fazia - eu tinha distonia neurovegetativa, que é mais ou menos o que o ministro teve. Marcos Pontes segue internado em observação.

No último dia 27, o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, também teve algo parecido. É um ministro jovem de 44 anos e também é da área das queimadas. E como a gente sabe, o chefe deles - o presidente - também está no hospital se recuperando. Dizem que hoje (13) ele reassume a presidência, embora fique no hospital.

Não foi interferência política!

A saída de Marcos Cintra da Secretaria da Receita Federal levantou alguns medos de auditores - ou pelo menos daqueles que se dizem representantes dos auditores -, que falam que a demissão dele é interferência política. Isso é desinformação. Eu não acredito que eles estejam tão mal informados assim.

Não foi Paulo Guedes que colocou ele na Receita Federal. Foi o PSL que o apresentou a Bolsonaro, muito antes de o presidente conhecer Paulo Guedes. Então, não era uma pessoa do ministro. Marcos Cintra insistia na CPMF e, como não estava afinado com os seus chefes, acabou tendo que sair. Essa é a verdade.

Interferência política houve no tempo do governo Lula. Eu sou vítima disso. Tentaram me calar a boca através da Receita Federal, segundo me contou um ex-secretário do órgão. Ele me disse: “Isso é para ver se você cala a boca ou faz negócio com o governo e eles não te pegam”.

Eu tive que pagar tudo de novo na pessoa física o que já havia pago na empresa. E paguei: R$ 1,4 milhão. Paguei para manter a minha boca funcionando. Isso prova que houve, sim, uso político da Receita no governo Lula. Quem está se preocupando agora deveria ter contado lá atrás também o que estava vendo.

Future-se

Eu estive na quinta-feira (12) com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e ele está animadíssimo com o plano Future-se, que ele está propondo. Esse é um plano que vai trazer recursos privados para a Universidade Pública.

Eles vão aceitar beneméritos – patrocinadores, digamos assim - como acontece nos Estados Unidos, na Coreia do Sul e na Europa. Empresas assumem universidades porque elas têm interesse em ligar seu nome ao da Universidade.

Grandes benfeitores e gente que está cheio de dinheiro vão investir porque este ano não há recursos para educação. Os cofres públicos foram roubados pela corrupção mostrada pela Lava Jato, e veio ainda a incompetência dos governos últimos anos. E o caos brasileiro provocou a maior recessão deixando milhões de desempregados. O país precisa se recuperar disso e está fazendo um esforço enorme.

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