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Polêmico o desfile da Vai-Vai em São Paulo. Policiais foram apresentados como diabólicos. Foram demonizados. Houve protestos na área política com deputados pedindo que governador e prefeito de São Paulo cortem as verbas públicas que sustentam essas escolas de samba.
É bom ter acontecido isso para a gente lembrar que os nossos impostos também estão pagando desfile de carnaval. É bom lembrar disso quando entramos em um hospital público e ficamos sabendo que está faltando muita coisa, como fio de sutura adequado. Uma coisa horrorosa, cruel. Falta aparelho, tomografia não tem mais. Mas o dinheiro vai para o carnaval.
Queria lembrar uma coisa nessa discussão. Eu sou do tempo das marchinhas de carnaval. Todas elas eram satíricas, irônicas, criticavam coisa de governo. Maria Candelária criticava o funcionalismo público: "a alta funcionária que saltou de paraquedas e caiu na letra ó". "O cordão dos puxa-sacos cada vez aumenta mais" também criticava os que se penduravam na política.
O primeiro samba, do Donga, é "o chefe da polícia mandou me avisar que na Carioca tem uma roleta para se jogar". Tiveram que mudar depois por causa da censura. Mas é o jogo proibido e era o chefe da polícia que estava envolvido.
Eu vi que o ministro-chefe da Secretaria de Comunicações, Paulo Pimenta, lembrou na rede social das ligações entre as escolas de samba, o jogo do bicho, o crime. Isso vem de longe. Faz parte. Vamos pensar nisso.
Senado deve aprovar fim das saidinhas
Aí passa do carnaval para a primeira votação no Senado: deve ser o fim da saidinha dos condenados. Essas coisas [de presos saindo em datas específicas] vão acabar. O Senado certamente vai acabar porque a Câmara já votou contra. Então, é o que se espera agora na votação.
Milei foi mais eficaz na libertação de reféns do Hamas
Enquanto isso o presidente Lula está no Egito. Tem gente lá na Faixa de Gaza esperando para vir para o Brasil. Tem 19 brasileiros ainda. O Brasil já trouxe 157 brasileiros e palestinos que queriam vir para o Brasil, mas tem um refém em poder do Hamas desde 7 de outubro do ano passado. Um refém nascido em Niterói, o Michel Nisembaum, de 59 anos.
O Javier Milei [presidente da Argentina] esteve em Israel e as forças de Defesa de Israel trataram de libertar logos os dois reféns argentinos. Foi eficaz a visita de Milei a Israel.
A descrença na democracia
Eu queria registrar também a descrença das pessoas nos presidentes das duas Casas do Congresso. Um, o presidente da Câmara [Arthur Lira], saiu em um carnaval na Marquês da Sapucaí. E quanto ao do Senado [Rodrigo Pacheco], todo mundo se queixa que ele vive em uma outra galáxia.
Não é só no Brasil, não. Eu vi a pesquisa da Open Society Foundation. Em 30 países, entre pessoas de 18 a 35 anos, portanto eleitores, pagadores de impostos, cidadãos, só 57% acreditam na democracia como o melhor regime. É incrível. Tem aquela frase: a democracia é um regime ruim, mas não tem nenhum melhor. Tem os defeitos, mas não tem nada melhor do que o poder que emana do povo.
O pior é ter o poder da oligarquia, o poder totalitário, o poder de poucos sobre muitos. Só para lembrar, nenhum prefeito, nenhum governador, nenhum presidente manda em nós. Quem manda é a lei. A Constituição manda neles e também na gente.