O que era para ser uma safrinha de milho vai ser uma grande safra, 44% maior que a anterior. Como vocês sabem, o milho tem duas safras; a principal é a primeira, e a outra vem ali para aproveitar a terra, entre safras. Só que vão colher, segundo a Conab, 87 milhões de toneladas de milho. Com isso, o Brasil empata com Estados Unidos e China como os maiores produtores de milho do mundo.
E, como nós sabemos, milho não é só para o consumo humano. Está na espiga, na farinha, em todos os subprodutos do milho, que são infinitos; mas também na carne que comemos. Porque o milho é uma parte muito importante na ração animal, tanto avícola quanto suinícola e bovina. E para o cavalo também. Essa safra vai chegar ao fim no ano com 271 milhões de toneladas, recorde histórico.
Estamos chegando perto dos 300 milhões de toneladas. Quando eu comecei a cobrir economia, lá no início dos anos 1970, nossa safra era de algo em torno de 30 milhões de toneladas. Imagine que, nesse período, ela se multiplicou por dez. Não existe país no mundo que consiga isso. Claro que houve também expansão no cerrado, em todas essas áreas novas no Tocantins, em Goiás, no oeste de Minas, no oeste da Bahia, no sul do Piauí, no sul do Maranhão, no Mato Grosso, principalmente no sul do Pará. Ninguém segura esse país para alimentar o mundo, essa é a nossa possibilidade. E vejam o que é a produtividade: eu lembro de quando se dizia que estava ótimo colher 3 mil quilos por hectare. Hoje temos o dobro disso, e já há quem esteja colhendo o triplo, 9 mil quilos por hectare. É tecnologia combinada com o suor do trabalho.
O coração de Dom Pedro chega para o bicentenário da Independência
Queria mencionar a chegada ao Brasil do coração de Dom Pedro I, o homem que proclamou a Independência – por mais que tenha sido sua mulher, a princesa austríaca Maria Leopoldina, quem assinou o decreto de independência em 2 de setembro, escrevendo a Dom Pedro dizendo que ele tinha de declarar logo a independência. Ele puxou a espada e declarou o Brasil livre lá onde estava, à margem do Riacho Ipiranga, em São Paulo. Ali há um monumento onde repousam seus restos mortais, menos o coração; foram postos lá no Sesquicentenário, na celebração de 150 anos da Independência. Eu cobri essa chegada do corpo, que foi a todas as capitais brasileiras com muita festa.
Na manhã ou na tarde desta terça, o coração do primeiro imperador do Brasil chegará ao Palácio do Planalto. E terá honras de chefe de Estado, pois se trata do primeiro imperador brasileiro – assim como nesta segunda-feira, na base aérea onde chegou o coração, estava erguida no topo do mastro a bandeira do Brasil imperial, com o fundo verde dos Bragança, o losango amarelo dos Habsburgo da imperatriz e o brasão imperial, trocado depois pelo céu brasileiro no Rio de Janeiro, em 15 de novembro de 1889, com o dístico positivista “Ordem e progresso”. É assim que estamos nos preparando para os 200 anos da Independência.
Estão tratando um fanfarrão como a ameaça que ele não é
E mais um absurdo: há um sujeito preso porque ameaçou, pela internet, “caçar” Lula, Gleisi, ministros do Supremo. Ora, quem ameaça pela internet não vai cumprir. Por acaso Adélio Bispo pôs ameaça na internet? Quem pretende fazer algo mesmo não se expõe dessa maneira. E a Polícia Federal ainda diz que ele põe em risco, tenta abolir o Estado Democrático de Direito. Estão tratando esse fanfarrão como se fosse um super-homem, como se ele tivesse instrumentos na mão para abolir o Estado Democrático de Direito, para abolir o direito de ir e vir, a liberdade de culto, de reunião; como se pudesse prender um deputado, atacar a liberdade de expressão, inventar censura, prender gente, fazer inquérito sem Ministério Público... Ele não tem poder para fazer nada disso; só quem tem esse poder pode ameaçar o Estado Democrático de Direito – não só ameaçá-lo como fracioná-lo.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos