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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Fogo amigo

Ministros de Lula já começaram a bater cabeça

Marina Silva durante sua posse como ministra do Meio Ambiente. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Nesta quarta, de certa forma, Marina Silva deu uma resposta a Lula. Ela havia sido ministra de Lula lá atrás, brigou com ele e caiu fora. Agora, foi eleita deputada federal pela Rede, fez as pazes com Lula e assumiu o cargo de ministra do Meio Ambiente no Palácio do Planalto. A resposta foi o maior público que já se viu nas 37 cerimônias de transmissão de cargo. Foram filas e filas para entrar no Planalto, um público enorme; acho que ela fez questão de mostrar a Lula que tem popularidade. Mas quero saber como ela vai se dar com o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, já que o pessoal do agro não morre de amores por Marina, e a recíproca é verdadeira.

A cada declaração, um desmentido

No geral, está uma confusão danada. São 37 ministros, a maioria ainda não conhece a partitura, e aí põe a letra que quer. Carlos Lupi diz que vai haver “antirreforma da Previdência” e foi desmentido. Outro disse que ia mudar as leis trabalhistas, e já desmentiram também. Um terceiro insinuou que o governo federal influenciaria os preços da Petrobras, teve de fazer um esclarecimento. Cada vez que Haddad fala, a bolsa cai e o dólar sobe. Agora, ele falou na tal moeda única do Mercosul, mas vejam só. Um quilo de arroz custa um dólar, ou pouco mais de R$ 5 em moeda brasileira. Em moeda argentina, isso dá 161 pesos. Como vai haver moeda única desse jeito? Vejam a moeda da Venezuela, com inflação de 1000%. A Argentina tem inflação de 100%, não tem como unificar moedas. E o mercado fica preocupado com as bobagens que vão sendo ditas. E mais preocupado ainda deve estar o presidente da República com os seus ministros. Enquanto não chega um novo Congresso, que tem uma maioria de centro-direita, ele já tem oposição dentro do próprio governo, por causa desses disparates.

Governo está mudando o nome de tudo e atropelando até a língua portuguesa

Lula foi buscar outro reforço no passado – o governo está cheio deles. Agora, quem voltou foi Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, ex-secretário-geral de Dilma. Ele vai para o Ministério do Trabalho, para um negócio chamado – não me perguntem o significado disso – Secretaria de Economia Solidária. Nomes bonitos, não? Aliás, estão adorando mudar o nome de tudo. A Funai não é mais Fundação Nacional do Índio, é politicamente incorreto chamar o índio de “índio”, é “dos povos indígenas”.

Outra que só acreditei vendo, porque duvidei quando me disseram, foi que nas transmissões estavam dizendo “bom dia a todos, todas e todes”. O que é isso? Estão desrespeitando o artigo 13 da Constituição, que diz que a língua oficial do país é o português.

Deve ser por tudo isso que a prefeita de Carlinda (MT), Carmelinda Martines Coelho, renunciou. Ela havia prometido que, se Lula ganhasse, ela deixaria o cargo, e cumpriu a promessa. Justificou que não haveria condições de governar por causa do seu “desalinhamento” em relação ao novo presidente, e que isso não faria bem ao município.

Mudança de Lula e Janja está chegando ao Alvorada 

Estão chegando ao Palácio do Alvorada as malas de Lula e de Janja. A Polícia Federal fez uma varredura para ver se não há nenhuma escuta, bomba-relógio, essas coisas. Nas redes sociais alguns dizem que Bolsonaro ainda não tirou os móveis do Alvorada. Mas, se ele fizesse isso, seria acusado de furto, porque os móveis são do Alvorada. Muitos, aliás, voltaram para o Palácio do Catete, no Rio, seu lugar original desde que o Catete virou o Museu da República.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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