Multidão se reúne em torno do carro de som onde Jair Bolsonaro discursou, na Avenida Paulista, em 7 de setembro de 2024.| Foto: Luisa Purchio/Gazeta do Povo
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Não acredito nas teorias de conspiração que pululam nas redes sociais. Mas, como diz a sabedoria espanhola, no creo en brujas, pero que las hay, las hay. O fato que se sente nas entranhas é que o Estado cada vez mais quer ser mais importante que a nação; quer mandar na nação. O Estado existe depois da nação, criado pela nação para haver uma ordem, administrada pelo Estado, com autoridades escolhidas pela nação. O Estado está a serviço da nação e é sustentado por ela para prestar bons serviços públicos. Todos os recursos do Estado são da nação, que produziu esses recursos. Estado não cria riqueza, apenas a distribui. O Estado não é o dono da nação, nem seu patrão; ao contrário, a nação é a dona do Estado e sua mandante. Para ficar mais claro: o Estado são os governos, em seus três poderes; e a nação é o povo, os cidadãos, eleitores e pagadores de impostos.

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Isso posto, voltemos ao que se observa. Os integrantes do Estado estão cada vez mais invertendo a ordem da democracia. E, assim, deixa de haver uma democracia para imperar o totalitarismo, tal como o que foi posto em prática na União Soviética. A sátira de um regime assim está no livro 1984, de George Orwell, que hoje mais parece uma profecia. Agentes do Estado tentam sufocar a nação pela censura e pelo medo. O teste feito durante a pandemia mostra que, com apoio da mídia, criando pânico, é possível impor obediência cega e até suspender direitos fundamentais previstos em cláusula pétrea da Constituição.

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Nada disso precisaria ter sido feito se não tivessem surgido as redes sociais e um deputado cancelado por décadas, chamado Jair. As redes permitiram que as pessoas isoladas em suas convicções passassem a trocar opiniões e descobrirem que eram muitos. Enquanto isso, o deputado virou candidato a presidente, soprou oxigênio na brasa dormida e catalisou a maioria antes silenciosa. A cidadania passiva ficou ativa e a tranquilidade da ideia única imposta nas escolas e na mídia acabou. Reclamaram bastante contra a polaridade – como se sabe, polaridade só existe quando já não há um, mas dois. O controle, que vinha calando consciências, entrou em emergência e se tornou agressivo. Os direitos constitucionais foram ultrapassados para punir os que usaram a liberdade de expressão, que é a arma mais eficaz contra o totalitarismo.

Já não se usam fuzis e canhões para impor-se a corações e mentes. Começaram, então, a usar armas para enfraquecer a família – até as palavras sagradas mãe e maternidade se tenta banir via Supremo, numa ação movida pelo PT. Os valores cristãos são os mais atacados, com vistas a enfraquecer as ideias que solidificaram a cultura ocidental. Por sorte o Estado está tão desmoralizado e a mídia que opera essa ação está tão desacreditada que essa união não tem força para acorrentar a nação, que é maioria na prática de princípios éticos e libertários. Há consciência de que o controle é o mal, que quer calar e escravizar.