Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Não acharam corrupção, então tentam empurrar o caso da baleia contra Bolsonaro

Bolsonaro está sendo investigado por suposto molestamente de uma baleia jubarte
Bolsonaro está sendo investigado por suposto molestamento de uma baleia jubarte no litoral norte de São Paulo. (Foto: José Jácome/Agência Efe)

Ouça este conteúdo

Duas intimações marcantes por parte da Polícia Federal. A primeira delas, de um dos nomes mais importantes do Exército Brasileiro, o general de Exército, quatro estrelas, Augusto Heleno. Foi intimado a depor na Polícia Federal no próximo dia 6, para falar sobre a Abin, no tempo em que ele era chefe da Abin como ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. É um dos ícones do exército ao lado do general Villas Boas. E a outra convocação é para depor numa delegacia da PF em São Sebastião, no litoral, o advogado e ex-porta-voz de Bolsonaro, Fábio Wajngarten. Vai depor - eu não sei se é como testemunha - provavelmente, num caso em que Bolsonaro estaria molestando um cetáceo, uma baleia, de jet ski. Eu fui verificar a lei, é uma lei federal assinada por José Sarney no dia 18 de dezembro de 1987, Lei 7.643, que prevê dois a cinco anos de prisão para quem pescar cetáceo ou fizer molestamento intencional. Então, isso foi em junho do ano passado, portanto não é mais Supremo, não tem mais foro privilegiado, é a primeira instância. Interessante que parece assim, procuraram de tudo, não acharam nada até agora, mas tem essa história da baleia, então vamos lá. É como Bolsonaro disse nas entrevistas que deu para a Oeste e para a Jovem Pan, procuraram corrupção, desvios, tudo, e não encontraram. Então agora sobrou a baleia.

Abin

Quanto ao caso da Abin, que estão investigando, fizeram busca e apreensão em relação ao vereador Carlos Bolsonaro, pegaram celular e computador para procurar alguma coisa, fazer uma pesca. Num caso desses, se existiu, é de a gente perguntar, beneficiou quem? Interessava quem? Prejudicou quem? São perguntas clássicas do direito, inclusive o original está em latim, qui prodest, qui bono, isso vem lá do direito romano. Isso justifica um inquérito, se houver respostas a essas perguntas. Agora, isso não prejudicou ninguém. E se não beneficiou ninguém, estamos tratando de nada. Aí, o que baseou essa busca e apreensão teria sido uma mensagem da então secretária no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, Luciana, que teria mandado uma mensagem pedindo ajuda de Ramagem, com números de inquéritos envolvendo o Presidente da República e os filhos.

Ora, uma, no dia da mensagem Ramagem não estava mais na chefia da Abin, ele era candidato a deputado federal. E os números do inquérito não tem nada a ver com Bolsonaro. E, por último, os artigos 85 e 86 da Constituição dizem que no caso de crime de responsabilidade do presidente, ele só pode ser julgado, depois de passar pela Câmara. A Câmara age como Ministério Público, como aconteceu com a Dilma, por dois terços dos votos. E aí, se for crime comum, vai para o Supremo, se for crime de responsabilidade, vai para o Senado. Então, tudo muito estranho nesse caso aí.

Dívida Pública

Mudando de assunto, economia. A dívida pública, está em R$ 6,5 trilhões. O Brasil tem um PIB de uns R$ 10 trilhões, mas, de qualquer forma, subiu R$ 600 bilhões no ano passado. O governo se endividou em R$ 600 bilhões a mais.

Corrupção

E o outro dado ruim é que o Brasil piorou no índice de percepção da corrupção em 2023. Nós estamos agora em 104º lugar. A Argentina está no 98º lugar. No primeiro lugar, sem corrupção, está a Dinamarca. Entre os 10 melhores, só dois estão fora da Europa. Nova Zelândia e Singapura. E o Brasil está abaixo da metade. O pessoal lá que faz esse índice diz que contou muito o dinheiro que vai para os partidos políticos fazerem campanha, as emendas do relator e a nomeação de um advogado do próprio presidente da República para o Supremo.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.