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Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela e aliado de Nicolás Maduro.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab.| Foto: EFE/Ronald Pena R

Que esquisita essa relação entre Lula e Nicolás Maduro! Agora, o procurador-geral da Venezuela, aliado de Maduro, está dizendo que Lula foi cooptado na prisão pela CIA e virou porta-voz dos Estados Unidos. Tanto Lula quanto Gabriel Boric, presidente do Chile, seriam da esquerda cooptada pela CIA. “Lula não é o mesmo desde que saiu da prisão”, disse o procurador-geral venezuelano, Tarek Saab.

Já contei aqui um episódio que me foi relatado por uma das testemunhas da conversa. Lula ainda não tinha assumido o primeiro governo e foi à Casa Branca conversar com George W. Bush. O presidente dos Estados Unidos disse a Lula que invadiria o Iraque e que o petista não se metesse, que Bush não se meteria na Venezuela, e Lula que cuidasse de Hugo Chávez. Eu não sei se eles ouviram alguma coisa a respeito, estão achando que Lula é o mandalete dos Estados Unidos... e Lula deve estar achando que, como os americanos achavam que Chávez era meio maluco, devem estar pensando que Maduro é pior ainda.

Mas Lula é que resolveu ser o advogado de Maduro, defendendo o venezuelano em todas. Ainda bem que o sistema eleitoral da Venezuela é transparente. Até 83,5% da apuração, todos sabiam o resultado, a oposição sabia, até a OEA sabe: 60% para Edmundo González e 30% para Maduro. O ditador mandou parar a apuração, mas já era tarde.

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Evo Moraes encrencado na Bolívia

Na Bolívia, outro amigo de Lula, Evo Morales, pode ser preso a qualquer momento. Há uma investigação muito séria em curso sobre um episódio do tempo em que ele era presidente; Morales teria estuprado uma menina de 15 anos e ela engravidou. Ele está sendo acusado de muitas coisas. A Bolívia não está bem, botou o exército na fronteira para impedir que os alimentos saiam. Os alimentos nos países vizinhos são bem mais caros, então os bolivianos estão comprando a comida mais barata para vender mais caro do outro lado da fronteira. Por que isso acontece? Porque o governo faz tabelamento, contrariando a lei da oferta e da procura, a lei básica de mercado. E o resultado é esse: o país tem de botar exército para o alimento não fugir da Bolívia. É nisso que dá apostar no estatismo em vez do laissez-faire, do liberalismo econômico, de deixar que tudo se ajeite pelas leis de mercado, leis naturais, porque dependem da psicologia humana. Mas não, o Estado quer interferir.

Reconstrução de pontes no Rio Grande do Sul é exemplo de união popular

Estou muito orgulhoso do meu estado, o Rio Grande do Sul. Primeiro, foi aquela ponte de ferro em Nova Roma, que a água levou, mas os habitantes da região fizeram outra e puseram no lugar em pouquíssimo tempo, algo entre 30 e 60 dias. Foi uma festa. Agora inauguraram mais uma ponte feita pela comunidade, pelo Clube de Diretores Lojistas (CDL) de Gramado, Nova Petrópolis e Caxias do Sul, entre Arroio Feliz e Picada Cará, sobre o Rio Caí. É uma ponte com nove contêineres de concreto sustentando, com madeira por cima, e duas vias. Foi inaugurada no dia 12 de outubro, Dia das Crianças e da padroeira do Brasil. Antes disso, no dia 20 de setembro, data máxima do Rio Grande do Sul, já haviam inaugurado outra ponte em Vila Cristina, ligando Nova Petrópolis a Caxias, da mesma forma, sem esperar pelo Estado.

Agora, uma coisa que depende do Estado – porque é quem tem os equipamentos, quem faz a fiscalização de meio ambiente, quem tem Ministério Público – é a dragagem dos rios. Nada de dragagem até agora; se voltar a chover demais, os rios estão todos entupidos, a água vai sair por cima e inundar tudo de novo. Aí vemos o contraste entre uma nação que trabalha e um Estado que não cumpre seu compromisso de prestar bons serviços à nação em troca do imposto que a nação paga, trabalhando até o fim de maio só para custear o poder público e receber serviços.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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