O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, durante ato de campanha em Caracas.| Foto: EFE/Palácio de Miraflores
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O presidente Lula, discursando no G20, parecia querer dar a lição de combate à fome para os outros países e chegou a aconselhar que o combate à fome devia ser política dos governantes. Em 2003, quando assumiu pela primeira vez, Lula lançou o programa Fome Zero. E pelo jeito não zerou: a ONU está mostrando que há 14,3 milhões de famintos no Brasil. Mas, enfim, o nosso presidente é muito de discurso, de propaganda. Como aquela história do dia anterior, também na reunião preparatória do G20, de que serão necessários US$ 100 bilhões para investir em saneamento básico no Brasil. Aí as manchetes dos jornais amigos falam em US$ 100 bilhões para todo mundo ter esgoto e ter água tratada em dez anos, mas Lula não diz de onde vai tirar US$ 100 bilhões. Então é tudo propaganda.

Maduro manda Lula tomar chá para se acalmar e critica eleição brasileira

Houve um bate-boca entre Lula e Nicolás Maduro, porque o presidente brasileiro disse que estava assustado com a declaração de Maduro sobre “banho de sangue” e “guerra civil” se ele perdesse a eleição. E o venezuelano respondeu, mandando Lula tomar um chá de manzanilla (camomila) para se acalmar. Mas Lula foi fundo: disse que Maduro tem de saber que quem perde vai embora e, quando ganha, fica. Aí Maduro deu uma resposta ainda mais dura: disse que o sistema eleitoral da Venezuela é o melhor do mundo, que tem 16 auditagens, e que no Brasil eles não auditam um único voto. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) respondeu que o boletim de urna eletrônica produz um relatório totalmente auditável, e todo mundo já tratou de explicar isso. Bolsonaro falou aos embaixadores sobre temores a respeito da apuração e virou inelegível por isso. Mas Maduro não tem como ficar inelegível, ele está do outro lado da fronteira.

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Se olharmos o passado, na eleição disputada entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, o PSDB não aceitou o resultado e pediu auditoria logo depois da eleição. Passou quase um ano mexendo nisso, e tudo que concluiu foi que não foi possível apurar se houve fraude, e acrescentou que o sistema de voto eletrônico não permite a plena auditagem. Foi o que mostrou o deputado Carlos Sampaio, na época líder do PSDB. E disse mais: que só foi possível fazer o trabalho de auditagem pela colaboração do presidente do TSE. Quer dizer que, num país em que o artigo 37 da Constituição diz que serviço público tem que ser transparente, não tem que depender de ninguém, é preciso depender da ajuda de um presidente de TSE? E, mesmo assim, não foi possível fazer uma auditagem plena. Aliás, quem era esse presidente do TSE na época? Dias Toffoli, que foi advogado do PT por muito tempo. E vejam a coincidência, o resultado daquele ano foi de 51% para Dilma e 48% para Aécio; muito parecido com o último resultado, de 51% a 49% para Lula contra Bolsonaro.

Delegação olímpica israelense sofre manifestações antissemitas

Está todo mundo preocupado com o que pode acontecer à delegação israelense, porque há manifestações antissemitas em Paris. Paris foi o símbolo dos refugiados, recebia a todos, os perseguidos políticos, e agora faz exatamente o contrário durante uma ocasião de confraternização universal, que são os Jogos Olímpicos.

Não tem como não lembrar do que aconteceu com a delegação israelense na Alemanha, em Munique, em 1972. Eu lembro muito bem do choque no mundo quando a organização palestina Setembro Negro atacou a delegação e matou 11 israelenses. Havia reféns, houve tentativa de resgate, foi terrível. Até fico pensando: a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, disse que a expressão “buraco negro” era preconceituosa; nem sei o fazer com o nome da organização terrorista daquela época. Depois daquele episódio, os israelenses fizeram como estão fazendo hoje: saíram em busca dos chefes, dos que organizaram o ataque à equipe olímpica de Israel. E pegaram todos.