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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Eleições na França

O “momento Dilma” de Emmanuel Macron

O presidente da França, Emmanuel Macron, saiu enfraquecido das eleições antecipadas por seu próprio governo. (Foto: EFE/EPA/Ludovic Marin)

A nossa presidente Dilma Rousseff fez escola – e não é pouca coisa, tem alunos lá na França. Vocês estão lembrados do que ela disse: “não acho que quem ganhar ou quem perder vai ganhar ou perder, vai todo mundo perder”. Foi uma frase lapidar da presidente Dilma. Agora, Emmanuel Macron diz que ninguém ganhou a eleição, ninguém tem força para, sozinho, governar a França através do parlamento.

E o pior é que é verdade, ninguém ganhou. Eu mostrei para vocês que a direita fez 37% dos votos e ficou em terceiro lugar em número de cadeiras, embora tenha subido de 80 para 143 deputados. A esquerda, que ficou em segundo lugar em votos, elegeu o maior número de parlamentares. São os distritos eleitorais que regem isso aí. E a tal união de esquerda funciona só para efeito de eleição; eles não se entendem, não conseguem maioria no parlamento. É isso que Macron está dizendo. Vão ter de conversar. Tudo isso em véspera de Jogos Olímpicos, com imigrantes e a própria esquerda bagunçando a rua. A França já foi um destino turístico; pelo menos para mim já não é mais.

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Reforma tributária do PT fatalmente terminará com mais imposto 

Aqui o importante é a discussão da reforma tributária. Criaram três impostos para substituir cinco: no lugar de PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS, entram o Imposto sobre Bens e Serviços, a Contribuição sobre Bens e Serviços e o Imposto Seletivo. A coisa está funcionando assim: no caso do imposto seletivo, quem vai pagar? O carro elétrico, porque não há onde botar a bateria velha, e por aí vai.

Essa é uma proposta do governo, que virou emenda constitucional aprovada no ano passado, e agora é preciso regulamentar isso por lei complementar. Mas o que o governo quer? O líder José Guimarães diz que o governo quer o fim da guerra fiscal entre estados, a unificação dos tributos e a isenção da cesta básica. Eu não sei o que ficou até agora; na hora em que fiz esta gravação estávamos discutindo se a carne entra ou a carne sai. Fica o patinho, fica o pescoço ou fica a picanha? O fato é que não vemos hoje, na cesta básica, muita coisa mais nobre em termos de queijos e carnes, por exemplo. E duvido que façam uma reforma tributária que não seja para aumentar os nossos impostos, embora eles tenham essa meta de 26,5% de alíquota.

VEJA TAMBÉM:

Desvio gigantesco em obras da Odebrecht foi só um erro que não deve ser punido, diz TCU 

Quanta coincidência: o TCU examinou obras da Odebrecht em aeroportos de Angola, Cuba, Moçambique e Gana, todos do tempo do governo do PT, e constatou um desvio de finalidade de US$ 96,5 milhões – dá quase meio bilhão de reais –, porque o financiamento do BNDES foi de US$ 246 milhões e a empresa só exportou bens para as obras na ordem de US$ 150 milhões. Mas vejam só que maravilha a conclusão do TCU: foi um erro grosseiro, mas sem penalidade nem multa, diz o relator. Esse sistema funcionou de 1990 até 2017 e beneficiou as grandes empreiteiras brasileiras.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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