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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Economia aquecida

O país dos desafios

Proposta que altera fórmula de cálculo do ITR com vistas a aumentar arrecadação encontra resistência do setor agropecuário.
Agronegócio mais uma vez puxou o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2021. (Foto: Michel Willian/Arquivo/Gazeta do Povo)

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É uma tendência que pode ser uma mudança estável, com o tempo. Este país ciclotímico se movimenta em altos e baixos com fases de pessimismo e otimismo. O otimismo e o entusiasmo levaram ao milagre econômico dos anos 70, com crescimento médio de 11,2% do PIB por um período de quatro anos. Despencamos nos anos Dilma, perdendo mais de 7% do PIB em dois anos e deixando mais de 12 milhões de desempregados. Agora, a despeito das restrições da pandemia, do pessimismo, do medo, parece que o país se sentiu desafiado. E o otimismo furou a bolha da má-notícia.

Acompanhava um seminário de banco de que sou cliente, e senti isso. O ex-secretário de economia, hoje economista-chefe do banco, Mansueto Almeida, está apostando em crescimento do PIB em 5,3%. Foi além da previsão da Fundação Getúlio Vargas, de 4,2% e até superou instituição concorrente, que previu 5,2%. Nada mais eloquente que a Bolsa de Valores ultrapassando os 130 mil pontos, depois de ter estado na casa dos 60 mil pontos quando sofreu com a pregação do pânico. É retrato da confiança nas ações que representam o capital das empresas; confiança no futuro, aposta em vigor empresarial. Até o dólar se encolheu.

No comércio exterior, acúmulo mensal de superávits, mesmo com o crescimento das importações que, aliás, indica atividade econômica se recuperando. O agro, que não parou nunca, desponta como a locomotiva do processo, agora com a indústria reaquecendo, como mostra a demanda de aço, a produção de caminhões, o salto em máquinas e equipamentos, a indústria da construção animada e, consequência de tudo, a recuperação de empregos com carteira assinada. Até mesmo as contas públicas mostram resultados, com recordes de arrecadação federal, a previsão de fechar quatro anos com menor despesa primária que a recebida, e dívida pública não de 100% do PIB como se temia, mas de menos de 85%.

Depois da reforma da Previdência, veio a pandemia, mas também o auxílio emergencial. E já estão aí as novas leis: do gás, das falências, do saneamento, Banco Central independente e encaminhamento das reformas administrativa, tributária, a privatização da Eletrobras (atenção para o jabuti da Câmara), lei da cabotagem. Na prevalência do pessimismo, afundam todos - primeiro os pessimistas. Otimistas são os que se sentem desafiados a vencer.

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