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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

O que o sequestro do ônibus e o caso de uma mulher queimada em pneus nos ensinam

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Sequestro em ônibus fecha a Ponte Rio-Niterói nesta terça-feira (20) (Foto: Reprodução/TV Globo)

Um ônibus foi a grande notícia do dia. Uma tentativa de sequestro, ou de incêndio no ônibus, ou de chamar a atenção do noticiário. Tem muita gente desequilibrada cujo objetivo é chamar a atenção.

Certa vez, na África do Sul, um menino chegou frente à juíza, no Tribunal, dizendo que queria aparecer na televisão. Enquanto batiam e queimavam uma mulher em uma fogueira de pneus, esse menino também bateu na mulher. Ele foi preso e levado até a juíza, que por sua vez perguntou se ele conhecia a vítima. Ele disse que não. Perguntado por que bateu, justificou: porque a televisão estava lá e queria aparecer na TV.

Pode ser esse o caso desse jovem de 20 anos que estava no ônibus com garrafas de gasolina. O tiro da polícia evitou uma tragédia como aconteceu em Janaúba, que gerou uma heroína, a professora Helley - que salvou mais de 20 crianças.

Se houvesse fogo de gasolina no ônibus, seriam 37 mortos. Foi um trabalho muito bem feito pela polícia do Rio de Janeiro.

Antes esse fato era raro. Quando havia esse tipo de operação exitosa da polícia, os prefeitos, os governadores e os presidentes ficavam alheios como se não fosse o país deles. Agora, participam e estimulam policiais e agentes que arriscam a vida em defesa da lei, de vidas e de propriedades alheias.

Um país feito para criminosos

O Brasil extraditou o sequestrador do publicitário Washington Olivetto mandando-o de volta para o Chile para cumprir pena.

Enquanto isso, a polícia do Rio de Janeiro prendeu seis chilenos que foram ao estado para praticar assaltos, inclusive a residências fazendo reféns. Em um assalto recente eles até amarraram um bebê.

Eles foram presos e declararam à polícia que vieram ao Brasil porque as leis brasileiras são maravilhosas para o crime. Porque para ser preso já é um problema, para ser condenado também, e as leis sempre favorecem os criminosos.

Por aqui, quem mata criança pode sair no Dia das Crianças, e quem mata a mãe pode sair no Dia das Mães. Os presos podem cumprir pena em casa, e depois de um sexto da pena podem pedir progressão.

No Chile não é assim. No Chile é dureza. Por isso eles vieram exercer essa profissão nefasta aqui no Brasil.

Mobilidade urbana

Eu fiz a mediação de um debate sobre transporte urbano e constatei que a situação está cada vez pior, desde que eu comecei a cobrir isso há cinquenta anos. Aumentou o número de automóveis por conta da deficiência do transporte coletivo.

Isso é um círculo vicioso. Com o grande número de automóveis, o transporte coletivo fica cada vez pior. Cada vez mais lento.

Temos que achar uma solução que faça com que a gente abandone o transporte individual e use o automóvel apenas no fim de semana, como acontece na Europa. E que haja um transporte coletivo bem mais eficiente no meio urbano.

Questões políticas

O PSDB anuncia que sai Aécio Neves e entra Alexandre Frota. O partido arquivou as tentativas de impedir que Alexandre Frota entrasse no PSDB.Também estuda a expulsão de Aécio, que já foi presidente do partido, governador de Minas Gerais e até candidato à Presidência da República.

Por fim, um registro

Houve uma boa conversa entre o presidente do Supremo, Dias Toffoli, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para evitar a atual quantidade de processos envolvendo o INSS que entulham a Justiça. São sete mil processos novos por dia.

Quase metade dos processos que tramitam - ou estão encalhados - na Justiça envolvem o INSS. A saída é conciliação para evitar a maioria das questões, e para deixar que a Justiça se preocupe com questões maiores e de maior profundidade.

Uma boa conversa que vai fazer bem para as partes do Judiciário e para os outros envolvidos no Judiciário. E para o próprio setor da Justiça onde se concentram tantas queixas e tanta demora em solução de litígios.

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