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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

O segundo semestre começa agora. Mais precisamente, nesta terça-feira

Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado. Foto: J. Batista/Agência Câmara
Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre se reuniram com Guedes para debater a Previdência (Foto: J. Batista/Agência Câmara)

Nesta terça-feira (6) recomeça de fato o trabalho na Câmara e no Senado, depois das férias dos Congressistas. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e alguns assessores se reuniram na segunda-feira (5) para falar sobre a reforma da Previdência, que agora vai entrar a toda.

Rodrigo Maia e o líder do Novo, Marcel Van Hattem (RS), acham que até esta quarta (7) estará tudo resolvido. Eu acho que não, talvez até quinta-feira (8). E essa é uma expectativa otimista. Se resolvida na Câmara, a reforma vai semana que vem para o Senado, e Davi Alcolumbre já conversou com o ministro Paulo Guedes para tocar a pauta.

A reforma da Previdência vai ser uma espécie de chave para abrir o país para um novo período, mais otimista em relação ao equilíbrio das contas públicas, que estavam totalmente desequilibradas – embora o esforço do governo tenha feito com que o déficit primário do mês de junho tenha sido um terço déficit primário do mês de junho do ano anterior; de R$ 5 bilhões contra pouco mais de R$ 14 bilhões.

O que vem pela frente

Depois da reforma da Previdência vem a reforma Tributária. São duas reformas tributárias já tramitando, uma na Câmara e outra no Senado. E parece que vem mais uma da Secretaria da Receita Federal.

A propósito, Paulo Guedes também conversou com o ministro Sergio Moro, que estava com o Coaf antes de o órgão voltar para o ministério da Economia. Como o presidente do Coaf foi nomeado por Sergio Moro, eles estavam conversando se vai continuar a mesma pessoa na presidência ou se vão colocar outro nome.

O que a gente está vendo é aquilo que eu já disse aqui para vocês. Não importa onde estiver o Coaf, os ministros da Justiça e Segurança Pública e da Economia vão estar de mãos dadas para combater a lavagem de dinheiro, a transferência de grandes somas e seguir o dinheiro para descobrir crimes.

Por falar em crimes de lavagem de dinheiro...

O presidente da Itaipava, Walter Faria, que estava foragido desde o dia 31 de agosto, foi a Curitiba se entregar para a Lava Jato. Os advogados dizem que ele quer colaborar e prestar esclarecimentos.

Isso é bom, porque ele deve ter uma lista de nomes de gente que recebeu propina. A Cervejaria de Petrópolis foi usada para lavar mais de R$ 300 milhões para a Odebrecht. Walter Faria também aproveitou para repatriar dinheiro da Suíça - tinha R$ 1,4 bilhão. Mas, enfim, ele está lá para falar.

Se Marcelo Odebrecht - que está em casa porque fez um acordo de colaboração premiada com a Justiça - não contou essa ligação com a Itaipava, ele está em maus lençóis porque pode voltar para a prisão.

Essa é uma boa adesão no combate ao crime. Lava Jato é sinônimo de combate ao crime. A operação começou lá no posto de lavagem de carro, em Brasília, se expandiu e a gente descobriu talvez o maior esquema de corrupção que esse país já viu.

Partidos políticos - principalmente o PT e também o MDB - usando a Petrobras. Uma vez eu falei com um fornecedor da Petrobras e ele me disse que desistiu porque tinha que falar com o líder do PT para abrir o negócio.

Para encerrar

Há bons fluidos para esse semestre, que na prática está começando agora. Uma: os acordos Brasil e Estados Unidos de investimento em infraestrutura no Brasil. Claro que os americanos vão querer ganhar dinheiro, mas nós também queremos ganhar o investimento para manter a infraestrutura brasileira.

A outra questão é que a confiança do empresariado está subindo e o desemprego caindo um pouco. Nada como o otimismo. Aliás, o otimismo é a máquina que alimenta, porque é com a pessoa acreditando no futuro que ela vai investir. E ao investir, cria emprego.

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