Imagem da Amazônia| Foto: Agência Pará/FotosPúblicas
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O tempo passa e nós não aprendemos. Continuamos subservientes, orelhas encolhidas, rabinho entre as pernas, com complexo de vira-lata, sobre tudo que o estrangeiro inventa contra nós. Pior é quando tem aqui dentro a cumplicidade que aplaude e infla a conspiração, fingindo que não sabe que tudo se trata de business.

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Não servem os exemplos de Pedro Teixeira, que subiu o Amazonas, empurrando para os Andes os que não falavam a língua lusitana; de Floriano, que ameaçou receber os metidos da esquadra inglesa à bala; de quando peitamos os franceses, que vinham buscar lagosta no nosso mar territorial. Hoje eles têm um trigal contínuo, entre o Sena e o Loire, e ninguém sugere que antes de falar de Amazônia, reflorestem 20% de cada lavoura, como aqui se faz.

No dia do agricultor, celebrado nesta terça-feira (28), assistimos o país silente, ouvindo ameaças de estrangeiros que, sabemos, é tudo questão de money, argent, Geld. Querem atingir o nosso negócio mais próspero, mais atualizado; o nosso futuro de fornecedor de alimentos para o mundo. Querem pôr esses tupiniquins de Pindorama no seu devido lugar, de colônia fornecedora.

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Nossa soja e nossa carne crescem em produtividade e, claro, em competitividade - onde já se viu querer superar os grandes, os adiantados, que têm dinheiro para aplicar aqui?

Os chineses agora alegam que nossa carne pode levar o corona de volta; nem se preocupam que possamos rir da ironia de que o vírus saiu de um mercado de animais em Wuhan? E nós nos encolhemos, mesmo ante a evidência de que eles têm 1 bilhão e 330 milhões de bocas para alimentar, e precisam de proteína. E vêm banqueiros brasileiros - brasileiros, gente! - pressionar produtores de carne que já reservam 80% de suas propriedades como proteção ambiental na Amazônia.

O Brasil é o continente que é por causa do Pedro Teixeira, Fernão Dias, Juscelino - e de milhões de brasileiros que semearam suor na vastidão e colhem a comida que vai para as mesas do Brasil e de boa parte do mundo.

Antes de Cabral chegar, tínhamos menos de dez por cento das florestas do mundo; hoje temos quase trinta por cento, porque o mundo destruiu suas matas e agora, como sempre, continua de olho nas nossas riquezas.

Até se compreende essa estratégia de negócios. Mas não se pode compreender a cumplicidade de brasileiros nisso.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]