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Alexandre Garcia

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Ex-ministro

Fora do time titular, Osmar Terra dá exemplo de patriotismo

Osmar Terra vai reassumir o mandato de deputado federal, tornando-se mais um soldado de Bolsonaro no Congresso.
Osmar Terra vai reassumir o mandato de deputado federal, tornando-se mais um soldado de Bolsonaro no Congresso. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

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Estive no Palácio do Planalto nesta terça-feira (18) para assistir à cerimônia de troca de ministros. O discurso de Osmar Terra foi o mais simbólico do dia. Foi brilhante. Ele agora reassume a cadeira dele na Câmara dos Deputados.

Com o palácio cheio, estavam lá o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), por exemplo, o agora ex-ministro disse que o convite para ser ministro foi feito com o carinho de amigo que o presidente tem por ele. Sem nenhum envolvimento partidário – Terra é do MDB –, sem nenhum acerto entre grupos ou interesses.

Foi uma coisa pessoal por aquilo que o presidente conhecia dele. Bolsonaro e Osmar Terra tiveram 28 anos de convivência na Câmara. Ele agradeceu muito porque nesse pouco mais de um ano teve a oportunidade de participar de uma equipe que está mudando o país.

Falou também que a caridade não é a solução, que caridade é só transferência de renda. Disse isso porque já trabalhou com programas que tratam das desigualdades. Ele deu um exemplo de como acontece a desigualdade: nascem dois brasileiros em diferentes famílias, uma cheia de recursos e outra pobre. Os dois são iguais no dia do nascimento, mas quatro meses depois já há diferença.

Ele continuou o exemplo explicando que um dos filhos teve uma alimentação melhor, ouviu uma quantidade maior de sons e o outro não tem isso. E afirmou que é assim que começam as diferenças e são essas diferenças que precisam acabar.

Terra ainda elogiou o presidente dizendo que como Bolsonaro é um atleta de pentatlo militar, ele está conseguindo passar pelas várias fases dos obstáculos que aparecem.

O ministro Onyx Lorenzoni sai do Gabinete Civil e vai para o Ministério da Cidadania, onde estava Osmar Terra. Onyx disse que o que há no governo não é uma fome de poder, mas sim uma fome para servir. E disse que o presidente Bolsonaro é o maior escravo e os ministros são os escravos secundários.

Ele disse também que sentiu na Alemanha, em um discurso, que os alemães não acreditavam que o país passava por tantas mudanças em tão pouco tempo e que agora confiam no Brasil.

O ministro general Braga Netto, que assumiu o Gabinete Civil, fez um discurso bem conciso. E o presidente Bolsonaro durante o discurso se dirigiu para o presidente do Senado.

Bolsonaro falou: “precisamos fortalecer o nosso relacionamento e Osmar Terra muito vai nos ajudar”. Ou seja, Terra – ele mesmo disse – vai se tornar um soldado do presidente no Congresso e ajudar nesse relacionamento.

Índio quer plantar

O presidente Bolsonaro mencionou o encontro que teve com 20 etnias no Palácio da Alvorada, na manhã de terça, e disse que os índios não querem ser tutelados.

Eu estive com esses índios à tarde. Um deles é plantador de soja, tem trator, tem interesse em financiamento para colheitadeira e insumos. Ele também quer conectividade com o mundo digital.

Esse é o desejo dos nossos indígenas, que nós podemos chamar de brasileiros, da Amazônia, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, Pará, Roraima e do Acre. Ainda existem índios isolados, mas esses são poucos.

Em dívida com Paulo Guedes

O presidente ainda dirigiu elogios a Paulo Guedes. O ministro também recebeu elogios de Osmar Terra. Ele é um verdadeiro ministro social, porque é ele que administra as verbas.

Bolsonaro disse que devemos muito a Guedes e que ele vai ficar no governo até o último dia. Depois disso houve uma reunião com o ministro, que cancelou uma solenidade que estava marcada.

A reunião foi no gabinete do presidente e a conversa foi muito proveitosa – durou uma hora e meia. Nela estavam auxiliares de Guedes e outros ministros. O assunto foi a reforma administrativa.

Eles bateram o martelo no que diz respeito ao poder Executivo. O presidente opinou, participou, ouviu informações de Paulo Guedes e da assessoria do ministro da Economia.

Muita intromissão

O secretário de comunicação da Presidência da República está aliviado das tentativas de atrapalhar a vida dele. Ele era um publicitário antes de ser secretário do governo. Fazia alguma coisa antes de trabalhar no governo.

O secretário se retirou da empresa, cumpriu tudo que o jurídico recomendou a ele, deixou de ter ingerência na empresa, mas mesmo assim reclamaram. Entretanto, a Comissão de Ética retirou a acusação de conflito de interesses contra ele.

Aliás, o mesmo aconteceu com a nomeação do missionário para cuidar dos índios isolados. Por algum motivo não queriam que ele, formado em teologia, exercesse essa função.

Como também manteve a nomeação do presidente da Fundação Palmares, que disse que Zumbi dos Palmares mantinha escravos. Tem muita gente se metendo em outros poderes.

A OAB, por exemplo, reclamou que o juiz federal Marcelo Bretas, integrasse a comitiva do presidente da República para a inauguração da ligação que fizeram entre a Ponte Vermelha e a Ponte Rio-Niterói.

Essas reclamações não vão dar em nada porque essas intromissões se tratam da harmonia entre os poderes. Será que ainda não entenderam?

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