O governo anunciou na segunda-feira um plano para ajudar a indústria brasileira, com R$ 300 bilhões em financiamento e subsídios, principalmente via BNDES. Paradoxalmente, o anúncio repercutiu muito mal no mercado. A bolsa caiu, o dólar subiu, voltou a estar perto de R$ 5. Não pegou bem porque todos ficam se perguntando: e o orçamento? E as contas públicas? Protecionismo de novo? Isso é volta ao passado, coisa de governo militar, o Estado protegendo a indústria, estimulando não a produtividade, mas a ociosidade, facilitando as coisas para uma indústria que só quer que o governo não atrapalhe, não imponha empecilhos nem problemas.
A riqueza do governo é o que ela tira da nação, e a nação não dá espontaneamente. A riqueza da nação é aquela gerada quando se produz, quando se vende, quando se presta algum serviço. O Estado não: ele simplesmente arrecada, com o compromisso de prestar bons serviços de segurança, de garantir a propriedade, os direitos, de proporcionar infraestrutura mínima para a sociedade funcionar. A bolsa despencou também na semana passada e havia motivo: as ações da Vale, uma das blue chips da bolsa, caíram porque o governo quer botar Guido Mantega no Conselho de Administração.
Tudo isso vai se somando. Lula, no Recife, se justificou dizendo que não fez muita coisa no primeiro ano porque tinha de preparar o terreno para plantar, mas que agora vai colher os frutos. Um desses frutos é a Refinaria Abreu e Lima, que Lula disse que a Petrobras vai fazer sozinha. Já é um susto. Ainda temos a medida provisória que tentou revogar a desoneração da folha dos 17 setores que mais empregam – parece que ela será retirada. E agora temos esses R$ 300 bilhões, que estão indicando desequilíbrio nas contas públicas por causa do crédito subsidiado para a indústria. O CEO da Gerdau disse até que pode rever investimentos, porque o governo está desestimulando, tirando a competitividade da indústria brasileira.
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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos