Ibope e Datafolha ainda tem muito o que explicar. No domingo (29), o presidente do MDB do Rio Grande do Sul, deputado federal Alceu Moreira, tuitou: “a quem serve o Ibope no RS? Para quem trabalha manipulando dados de véspera de eleição”.
Nesta segunda-feira (30), a CEO do Ibope, Márcia Cavallari, em entrevista na Rádio Gaúcha, pediu desculpas ao povo porto-alegrense reconhecendo que o instituto não teve um bom desempenho na última pesquisa do último turno. Mas, no meu ver, erraram também na pesquisa do primeiro turno.
Lá atrás, o Ibope apontou que Manuela D’Ávila estava com 40% das intenções de voto e Sebastião Melo com 25%. Mas ela ficou com 29% e o candidato que apontavam como segundo colocado ficou com 31%.
Já no segundo turno, no último sábado (28), o Ibope insistiu que a candidata do PCdoB iria ganhar por 51% a 49%, o que seria um empate dentro da margem de erro. Mas Manuela perdeu por 55% a 45%, uma grande diferença.
Em Fortaleza, o senador Eduardo Girão (Podemos) também acusou o Ibope de manipulação. Isso porque no sábado o Ibope divulgou que Sarto Nogueira (PDT) teria 61% e Capitão Wagner (Pros), 39%. Mas, no fim, a diferença foi de 51,7% a 48,3%. Será que não houve aí uma indução da pesquisa ao eleitor?
Em Vitória, o instituto de pesquisa também errou. Eles diziam que poderia dar empate entre o candidato do Republicanos e do PT, mas o petista João Coser teve só 41,5% dos votos enquanto o delegado Pazolini venceu com 58,5%.
Ibope e Datafolha disseram que a culpa é do eleitor, que no sábado vai votar num candidato e no domingo vota em outro. Chamaram o eleitor de maluco, de biruta de aeroporto, que muda de acordo com a direção do vento. Ainda precisa de mais explicação essa história de pesquisas eleitorais. Eu já não acredito desde 2018. Meu lema é: engana-me uma vez e não me enganarás mais.
Abstenção no segundo turno foi alta
Houve muita abstenção nestas eleições. Isso pode significar que o eleitor rejeitou os dois candidatos que se apresentaram no segundo turno. Em São Paulo houve 30,8% de abstenção.
No Rio de Janeiro houve 35,5% de abstenções, ou 1.720.154 pessoas não foram votar. O prefeito eleito Eduardo Paes (DEM) teve 1.629.319 votos. Ou seja foram quase 91 mil cidadãos de diferença entre os votos no Paes e os não comparecimentos. Em Porto Alegre, a abstenção dos eleitores chegou a 354.692 pessoas.
Isso é um recado aos partidos políticos pensarem muito antes de ofereceram um candidato ao eleitor. O cidadão tem reclamado que precisa escolher o “menos ruim” e não quer mais isso. Mas eu não acredito que eles vão aprender.