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Quinta-feira (18) começou com a prisão de Fabrício Queiroz, acabando com a frase “cadê o Queiroz?”. O ex-assessor estava no sítio do advogado do senador Flávio Bolsonaro que fica em Atibaia, lugar famoso.
Ele já está no presídio, no Rio de Janeiro, depois de ficar um ano foragido. A Polícia expediu uma ordem de prisão para a mulher dele também. Desconfia-se de que entreguem uma confissão pronta para Queiroz assinar para poderem liberar a mulher dele.
O motivo da prisão foi um suposto envolvimento no esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, enquanto ele ainda era parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Segundo o Coaf, Fabrício Queiroz movimentou R$ 2 milhões na conta dele, foram quase 500 depósitos feitos por assessores ligados ao senador. Houveram até alguns depósitos na conta da primeira-dama, Michele Bolsonaro.
Mas, essa não é a maior movimentação de esquema rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A primeira é do deputado Jorge Picciani e chega a R$ 478 milhões, a segunda é de uma deputada do PDT com R$ 81 milhões.
Já a terceira maior movimentação é de um deputado do Solidariedade que soma R$ 50 milhões; a quarta é de um deputado PSC, de 32 milhões. E só depois de alguns deputados é que vem o filho 01, que movimentou R$ 2 milhões.
Além de Fabrício Queiroz, Alessandra Esteve também foi alvo de busca e apreensão. Alessandra ganhou um cargo comissionado de auxiliar parlamentar no escritório de apoio do senador.
A quebra do sigilo dos parlamentares e o silêncio
Até agora eu não ouvi nenhuma palavra dos presidentes da Câmara e do Senado sobre a quebra de sigilo de deputados e um senador para averiguar se eles estão financiando manifestações antidemocráticas.
Certamente eles não estão financiando nenhuma manifestação contra a democracia, porque eles não estão dando dinheiro para aqueles que promoveram fogo na bandeira nacional, quebra quebra em São Paulo. O lado deles é o oposto, é o de quem fala.
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Censura?
Agora, Alexandre de Moraes autorizou um pedido da Procuradoria-Geral da República para apreender equipamentos do jornal Folha Política, que existe há sete anos. Chegaram a apreender os computadores do local.
Foi um empastelamento. Eu lembro que esse termo era muito usado na ditadura Vargas, mas dessa vez foi por ordem de um ministro do STF. O jornal não sabe do que está sendo acusado porque a acusação é genérica.
Um dos termos usados foi “devido processo legal”. Eu gostaria de perguntar a Temer que é professor de direito Constitucional, e que indiciou Alexandre de Moraes, o que ele tem a dizer sobre isso.
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Weintraub sai do ministério
O ministro Abraham Weintraub saiu do Ministério da Educação. O pedido de demissão foi uma forma de arrefecer os atritos entre o STF e o Palácio do Planalto. Weintraub vai para uma diretoria do Banco Mundial.
O ministro gravou uma declaração ao lado de Bolsonaro mostrando que vai continuar o apoiando. O presidente agradeceu a participação dele no governo e aproveitou para falar que vai fazer o que o povo mandar, foi o que ele combinou durante a campanha eleitoral.
Ficou valendo aquela frase do Weintraub sobre prender os ministros do Supremo Tribunal Federal porque, segundo o ministro, eles são vagabundos sendo que a reunião era para ser secreta?
Mas Celso de Mello não vai ser processado por comparar o Brasil atual a Alemanha nazista, em uma mensagem que ele mandou para os amigos mais próximos que tem. Está tudo muito estranho.
A mídia também não está falando que o STF está tirando a liberdade de imprensa e de expressão, e provavelmente também não se deu conta disso. Tem aquela frase que começar assim: “levaram meu vizinho porque ele é judeu, eu não sou judeu então não dei bola”.
Ela continua com: “depois levaram meu vizinho do outro lado por ser comunista, eu não sou comunista e não dei bola. Depois levaram meu vizinho da frente por ser católico, eu não sou católico e não liguei. Agora estão me levando e eu não tenho nenhum vizinho para pedir ajuda ”.