Lula tem usado frequentemente a frase “isso não é gasto, é investimento”. Até comentei nesta semana dizendo que sim, ensino é investimento sempre. O salário do professor, portanto, é um investimento – desde que ele realmente ensine e não faça apenas catequese política. Mas agora ele está misturando tudo. O presidente lançou, na Bahia, mais um desses programas que distribuem esmola. Vai pagar R$ 200 para o sujeito estudar. Ele já começa mercantilista ou venal: Por R$ 200 vai estudar, do contrário não estuda, vai ter mais filho para receber mais Bolsa Família.
Só que o UOL denunciou que há R$ 3 bilhões nesses programas estudantis que seriam pedalada fiscal, por não estarem no orçamento aprovado pelo Congresso. Por causa disso, o deputado Sanderson foi ao Tribunal de Contas da União denunciando que isso é pedalada fiscal. Mais um problema para o governo e para o ministro da Fazenda e para a ministra do Planejamento.
Demorou, mas ministros perceberam que não há como aumentar impostos eternamente
Fernando Haddad e Simone Tebet, aliás, se reuniram e disseram que não dá mais para elevar impostos. Claro que não dá: é a Curva de Laffer. Todo mundo que estudou economia sabe disso: o governo pode cobrar mais impostos e arrecadar mais, mas chega um ponto em que as pessoas não aguentam pagar mais, e por isso produzem menos, vendem menos e a arrecadação cai, em um círculo vicioso.
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Estamos pagando jornalistas para escrever obviedades
Vi na agência noticiosa oficial um título incrível sobre a presidente do Tribunal Superior Eleitoral: “Cármen Lúcia afirma que voto é instrumento da democracia”. Isso é puro Conselheiro Acácio, aquele personagem do Eça de Queiroz que só dizia coisas óbvias, “acacianas”, do tipo “na hora em que o sol nascer, a luz chega”. É a mesma coisa. É óbvio que o voto é um instrumento da democracia. Só que isso virou título de notícia. Quem fez essa manchete não foi meu aluno; quando eu era professor, ensinava que notícia é tudo aquilo que é inusitado, é fora da rotina, é novidade, interessa muita gente. Eu registro isso porque não me conformo que estejam usando os nossos impostos para pagar esse tipo de serviço profissional. Saiu em uma agência oficial, bancada com dinheiro dos nossos impostos, está no Orçamento da União.
Israel finalmente eliminou o responsável pelo 7 de outubro
Israel pegou o idealizador daquela matança de 7 de outubro do ano passado: os assassinatos em massa, a violência, a decapitação de bebês diante dos pais, o sequestro de 250 civis, dos quais cerca de 100 ainda não apareceram. Soldados de Israel mataram com um tiro na cabeça o responsável por tudo isso. É uma força a menos para produzir atentados terroristas como esse que, se não me engano, também vitimou três brasileiros.
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Coreia do Norte inventa pretextos para ficar mais agressiva
Quando a Coreia do Norte começou a explodir suas próprias estradas e ferrovias que ligam a fronteira com a Coreia do Sul, eu imaginei que havia sérios problemas internos e que estavam inventando pretextos para unir a população. Não deu outra: estão alegando que drones da Coreia do Sul invadiram o território lançando panfletos de propaganda contra o regime. Nem precisariam disso; bastaria pedir para a Coreia do Norte erguer um grande mirante para enxergarem as luzes do outro lado da fronteira, como na época da Guerra Fria eu via Berlim de um lado e de outro lá em cima do muro, do alto de uma espécie de andaime. Era um lado cinza e outro lado colorido e iluminado.
Agora estão anunciando que já fizeram um alistamento de 1,4 milhão de jovens soldados. Não sei se estão fazendo como faziam nas Guerras Napoleônicas, quando entravam em uma cidade e recrutavam todo mundo à força para ser soldado de Napoleão. O fato é que temos mais um risco de uma guerra se alastrar. Já temos Ucrânia e Rússia, temos Israel e os grupos apoiados pelo Irã, e temos agora a Coreia do Norte, que não tem como resolver seus problemas, por mais que receba apoio de outros países comunistas.
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos