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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Eleições

Pulverização de candidatos pode beneficiar grupos minoritários

O vice-presidente Hamilton Mourão
O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) é candidato ao Senado pelo RS. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Aconteceu quinta, no Rio Grande do Sul, e serve para todos os estados que têm uma enxurrada de candidatos ao Senado. A eleição para o Senado é majoritária, ganha quem tiver mais votos, não importa que sejam só 10% – se houver muitos candidatos, o vitorioso pode ter 12%, o segundo lugar ter 9% e o terceiro, 8%. Na verdade, em todos os estados podemos fazer uma divisão em duas partes. Não vou chamar de “esquerda” ou “direita”; pensemos em um grupo que reúne ideias, posições e doutrinas parecidas, e é maior que um outro grupo, que tem menos candidatos. Pois esse grupo que tem menos pessoas (portanto, menos votos), mas também tem menos candidatos, pode eleger o senador.

Pode parecer estranho, mas a contagem é essa. Imaginem só: Um lado tem 12 milhões de pessoas e dois candidatos; o outro tem 20 milhões de eleitores, mas cinco candidatos. Pode acontecer de o mais votado entre esse grupo maior ficar com 8 milhões de votos, enquanto o mais votado daquele grupo menor consegue 10 milhões. O grupo minoritário vai conseguir fazer o senador. Então, é preciso tomar cuidado com isso.

Por que conto essa história? Porque a candidata do Partido Progressista ao Senado pelo Rio Grande do Sul, a vereadora Comandante Nádia Gerhard, renunciou à candidatura em favor do candidato general Mourão. Mas agora não há mais tempo de mudar a urna eletrônica; os votos que ela receber não serão transferidos para Mourão pela Justiça Eleitoral, quem tem de fazer isso é o eleitor, na hora de teclar. Então, é bom tomar cuidado caso haja mais casos de renúncias em favor de outro candidato nessa reta final porque a transferência não é automática; se um dia antes da eleição presidencial um dos candidatos disser que renuncia em favor de Fulano, não significa que os votos dessa pessoa serão contados para o Fulano pela Justiça Eleitoral.

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Observadores internacionais estão aí, mas o que eles vão conseguir observar?

Os observadores estrangeiros já chegaram. É bom lembrarmos que, tradicionalmente, observador estrangeiro vem a convite ou é enviado por um organismo internacional para ver se estão roubando a eleição. Caso da Nicarágua, da Venezuela, vai gente lá para ver o que está acontecendo. Os observadores vieram para cá, vão verificar se o eleitor vai votar livremente, que não há pressão, que não há nenhum tipo de coação, e depois vão acompanhar a apuração. Na maior parte do mundo, 99% do planeta, é mais fácil que no Brasil, porque os observadores e os fiscais acompanham a contagem manual dos votos. Para ver a computação eletrônica eu já não sei; imagino que esses fiscais, esses observadores sejam superentendidos no mundo digital para poder dar uma olhada, desconfiar ou confiar. Enfim, tomara que dê tudo certo. Todo mundo quer isso.

Previsões para a economia em 2022 só melhoram

Só para lembrar as previsões econômicas do Banco Central para o fim do ano: inflação de 5,8% e crescimento de 2,7% – eu aposto em 3%. E esse crescimento está muito bom para a indústria, os serviços e o comércio, que geram muito emprego. O agro até que está estável, mas a produção garante alimento e balança comercial. A consequência disso é que no mês de agosto foram abertas 278,6 mil vagas com carteira assinada. Já são 1,8 milhão de vagas neste ano de 2022.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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