Ouça este conteúdo
Eu vejo nesses debates das eleições municipais que muitos deputados e senadores são candidatos a prefeito. Será certo isso? É legal, mas será legítimo na relação entre o eleitor e seu representante? Será ético por parte do mandatário em relação ao seu mandante? Ou seja, se você elegeu um deputado federal ou estadual para representá-lo no Legislativo, será justo que ele o abandone e não seja mais seu representante porque quer ser prefeito de um município, que talvez nem seja o seu?
Será justo que o senador que você elegeu para representar o seu estado por oito anos lá pelas tantas resolva abandonar você e os milhares que o elegeram para ser prefeito de algum lugar, de uma capital, por exemplo? Será justo? Será ético? Será que a moral dele e o caráter dele permitem isso? Que ele o traia? Você foi consultado por ele, já que você é o mandante? Não foi. Foi você que deu o mandato para ele. Ele o consultou ou ele o está traindo? Motivo pelo qual não merece nunca mais o seu voto.
Só para a gente pensar a respeito. A respeito de democracia e sobretudo a representatividade popular, o valor do eleitor. Você, eleitor, é mais importante do que o seu deputado e o seu senador. Porque você que o elegeu. E você o sustenta com seus impostos. É assim que a democracia funciona.
Fernández e a grave acusação de agressão à esposa
Falando em político, vocês viram que o ex-presidente da Argentina don Alberto Fernández foi acusado de bater na mulher. Inclusive enquanto era presidente. Diz ela que apanhou muito dele. Tanto que ela foi à polícia, à justiça. E Alberto Fernández está proibido de chegar perto dela e proibido de sair do país. Ele ia para Espanha onde ela está, com o filho do casal, mas foi impedido. Ele é do partido peronista. Do partido Justicialista. Lembram dele, né?
VEJA TAMBÉM:
Brasil não solta a mão do ditador Maduro
Eu estava vendo o Acordo de Barbados, que foi feito sobre a égide da Noruega, assinado pela oposição, assinado pelo governo, assinado por Nicolás Maduro, assinado por representantes de outros países do continente como testemunhas. Estava lá o embaixador Celso Amorim representando o Brasil, em Barbados, em 17 de outubro do ano passado, garantindo eleições livres, garantindo que a oposição poderia escolher o candidato que quisesse.
No entanto, já tornaram inelegíveis duas "corinas", a Maria Corina Machado e a Corina Yanis. A Venezuela só permitiu quem o Maduro queria que fosse candidato. Não houve acesso da oposição. Foi uma falcatrua imensa. Quando [os chavistas] viram que estavam perdendo, quando chegou a 80%, pararam tudo. Porque ia ficar evidente demais. Aí criou-se um mistério. Segundo a oposição, eles já estavam com 66% dos votos. Aí fechou tudo. Isso foi em 28 de julho, né? Já completamos semanas e nada das atas. Então está na cara. E o Brasil finge que nem estava lá em Barbados acompanhando isso, finge que não acompanhou as garantias que o governo venezuelano deu. Fica tentando uma permanência de Maduro.
O Wall Street Journal diz que os Estados Unidos ofereceram uma anistia para ele ir embora do governo, dizendo que ele não seria preso. É que tem ordem de prisão para ele.
Pois é, fizeram um acordo, o Brasil participou, mas esqueceu. E agora um dos presos [Leopoldo López], que ficou seis anos detido na ditadura venezuelana, está exilado na Espanha e deu uma entrevista para O Globo dizendo: "Esperamos que Brasil e Lula respeitem sua própria declaração de que a vontade popular seja respeitada". Cobrando do Brasil, né? Que vergonha. Aqueles 30 ex-presidentes latino-americanos mandaram uma carta para Lula, cobrando dele, porque ele é influente para Maduro. Ele que está mantendo Maduro. Todo mundo sabe disso. O mundo sabe disso. Ele já tentou empurrar Maduro goela abaixo de outros presidentes. Até o esquerdista Gabriel Boric, presidente do Chile, reagiu. Ele achou um absurdo. Não aceita a ditadura venezuelana. Nós aceitamos. Quanta vergonha a gente ainda vai ter que passar?