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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Agronegócio

Quebra da safra de soja é bomba que pode afetar o Brasil todo

Colheita da soja na safra 2023/2024 começa pelas regiões noroeste e oeste do estado.
Colheita da soja na safra 2023/2024 terá redução forte, estimam produtores. (Foto: Gilson Abreu/Agência de Notícias do Paraná)

Uma bomba prestes a explodir, mas tomara que não exploda, está na colheita de soja e na consequente segunda safra de milho. Nunca antes na história deste país houve uma quebra tão grande numa safra – na melhor das hipóteses, 17% de redução. A Conab previa 162 milhões de toneladas e a Aprosoja, que é a grande associação dos produtores de soja, prevê, como melhor hipótese, 135 milhões de toneladas.

Isso é uma bomba econômica, porque vai afetar as contas externas, as exportações – e, portanto, a capacidade de importar –, nosso balanço de pagamentos, a agroindústria, a arrecadação de impostos, toda a região que vive disso, a economia brasileira como um todo, de tão grande que é o agro brasileiro. A Aprosoja está pedindo que cumpram os compromissos: em geral, 80% da safra já está vendida antes da colheita. Cumpram-se, então, os compromissos assumidos, mas o que não foi vendido até agora, não vendam mais. Isso significa mercado parado, esperando o preço subir, porque o preço está lá embaixo. A produção caiu, a produtividade diminuiu e o preço também diminuiu, contrariando a lei da oferta e da procura. Deve haver alguma especulação, talvez multinacional. Não sei se tem nisso o dedo da China, que é grande compradora. A Europa está com problemas no agro, os Estados Unidos estão concorrendo, mas nós somos o maior produtor de soja do mundo.

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E isso atrapalha também a segunda safra – que antes chamavam de “safrinha” – de milho, pois quem tem frustração na soja vai plantar menos milho em seguida. E a frustração não é brincadeira. Do jeito que está, não haverá como cobrir os custos e as pessoas terão prejuízo. Por isso, a Aprosoja está pedindo compreensão dos financiadores de custeio em relação àquelas pessoas que não puderem pagar. Imaginem se houver um turbilhão de não pagamento do financiamento da soja. Será muito, muito grave.

Único sucesso que Lula pode trazer do Egito é libertação de refém brasileiro

Lula está no Egito, e nunca antes na história deste país um presidente fez tantas viagens internacionais. Está lá com a Janja; quarta-feira foi dia de turismo nas Pirâmides de Gizé, no Museu Egípcio, na esfinge. “Decifra-me ou devoro-te”, “do alto dessas pirâmides quarenta séculos nos contemplam”... é o Egito mandando recados. A grande oportunidade de o presidente do Brasil voltar com um trunfo é ele conseguir a libertação de um brasileiro de 59 anos, de Niterói, que é refém do Hamas; estava num kibutz e foi levado naquela noite horrível de 7 de outubro. O presidente Lula tem defendido tanto o Hamas, portanto o Hamas deve ter simpatia com o presidente Lula. Um apelo poderia resultar na libertação desse refém brasileiro.

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STF tem muito o que explicar a advogados dos alvos da operação contra Bolsonaro

Aguarda-se que os advogados dos presos desses últimos dias, das vítimas de busca e apreensão, sejam ouvidos pelo plenário do Supremo, ou pelo presidente do Supremo. Eles esperam, no mínimo, uma explicação das razões para a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro, das prisões, das buscas e apreensões; querem saber por que Bolsonaro não pode falar com o presidente do seu partido e vice-versa, por que os advogados não podem conversar entre si e por que Alexandre de Moraes, sendo vítima – ele mesmo disse que seria enforcado e o corpo dele seria jogado na estrada para Goiânia –, é ao mesmo tempo julgador, uma coisa impossível no devido processo legal.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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