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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Roberto Alvim não sabia?

Quem colocou a frase nazista no discurso do ex-secretário?

Roberto Alvim perde cargo no governo Bolsonaro após repetir citação de ministro nazista
Roberto Alvim perde cargo no governo Bolsonaro após repetir citação de ministro nazista (Foto: Ronaldo Caldas / Secretaria de Cultura)

O fim de semana foi de discussão sobre o nazismo, Goebbels e cultura brasileira. Esse secretário da Cultura que acabou lendo um pronunciamento que tinha um plágio de um parágrafo inteiro de Goebbels.

Acabaram reconhecendo a frase. Eu não reconheceria, pois não sou um estudioso de Goebbels. Eu conheço aquela frase dele, que é tão praticada por muitos políticos brasileiros: “uma mentira repetida mil vezes acaba virando verdade”. Alguns são contumazes mentirosos até hoje.

É uma maluquice essa de plagiar um parágrafo nazista em um discurso. Roberto Alvim disse que não sabia. Se ele não sabia alguém botou lá. Se o jabuti está no pau é porque alguém botou.

E se alguém colocou, está na hora de a imprensa investigativa descobrir como aquele parágrafo foi usado no discurso. Também investigar como é que conseguiram colocar na gravação uma música de Wagner, que era o compositor favorito de Adolf Hitler (embora, o compositor não fosse contemporâneo de Hitler).

Esse discurso deu um trabalhão enorme para o governo, que reagiu imediatamente na mesma manhã de sexta-feira (17), demitindo o secretário da Cultura. Hoje (20) a namoradinha do Brasil, a atriz Regina Duarte, deve confirmar que está disposta a assumir o cargo de secretária (que não é brincadeira).

Esse meio cultural é um serpentário, um Butantan. Regina Duarte, com 50 anos de carreira, já sabe conviver com isso. Entretanto, não é preciso fazer um ministério para ela, porque ela própria engrandecerá uma Secretaria. No caso, a de Cultura.

Interessante como se teme o nazismo, quando depois dele derrotado o comunismo ainda matou milhões e milhões por esse mundo, na Ásia, na Europa e aqui no nosso Caribe.

A frota dos ex-presidentes

Os ex-presidentes da República: Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer - são seis - ganharam carro novo. O custo total foi de R$ 650 mil. A lei obriga. Eles têm dois carros, dois motoristas, dois assessores, seguranças... dá oito pessoas!

Como é que a gente fica pagando isso? Olha o exemplo da Inglaterra, da monarquia inglesa: o Harry e a Meghan estão largando as tarefas da monarquia e vão ter que devolver dinheiro, inclusive os R$ 13 milhões da reforma da casa em que eles iam morar. Eles vão para o Canadá, vão perder o título de alteza real, a representatividade e o subsídio também.

Aqui não é assim. Aqui, segundo o presidente da Câmara, 194 filhas solteiras de ex-parlamentares ganham uma média de R$ 13 mil por mês de pensão. Isso embora não exista mais a lei, que foi revogada no ano 2000. Mas quem já tinha direito ao benefício ainda recebe. O Supremo Tribunal Federal diz que isso é direito adquirido. Uma coisa incrível.

A reação de quem tem medo da lei

Descobriu-se agora o laranja da lancha de Sergio Cabral. O grande barco tem 56 pés, cerca de 17 metros, com duas suítes... dá para 16 passageiros. Se fosse alugar por dia o valor seria de R$ 8 mil. Pegaram o sujeito com a lancha.

Por isso que não sobra dinheiro para o hospital, para o ensino, para a escola e sobra pouco para a Segurança Pública. Mesmo assim, quando se quer combater a corrupção, quem mexe com a lei reage: o Supremo solta os condenados, os políticos alteram as dez medidas anticorrupção e o pacote anticrime, inventam o juiz de garantia e a lei de abuso de autoridade, dificultam o acesso aos dados de lavagem de dinheiro do COAF...

Infelizmente é isso. Os que vão ser atingidos e os que sabem que um dia serão atingidos se previnem alterando as leis de combate a corrupção.

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