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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Para pensar

Quem vai pagar?

Agente de trânsito orienta motorista em São Luís sobre restrição na circulação por causa da pandemia do coronavírus: justiça decretou lockdown na capital maranhense.
Agente de trânsito orienta motorista em São Luís sobre restrição na circulação por causa da pandemia do coronavírus: justiça decretou lockdown na capital maranhense. (Foto: Biné Morais/Agência São Luis/Fotos Públicas)
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Assim como o Supremo tirou do presidente e pôs nas mãos de governadores e prefeitos a administração das medidas preventivas da Pandemia, está chegando a hora e governadores transferirem aos prefeitos a decisão de apertar ou afrouxar os controles.

Em 20 estados, a situação está parecida com a da Coreia do Sul. Nos três estados do Sul, com 30 milhões de habitantes, houve pouco mais de dez mortes por milhão, as UTIs estão praticamente vazias e parece ser muito seguro retomar a atividade econômica. Em 14 estados, a situação está melhor que na Coreia do Sul.

Na região metropolitana do Rio de Janeiro, a situação parece fora de controle, justificando um lockdown. As regiões metropolitanas de São Paulo e Fortaleza parece que se estabilizam. Preocupam Manaus, Belém, São Luís, Recife e Salvador. Sempre regiões metropolitanas. Assim, por que não transferir aos prefeitos as decisões em municípios fora de registros da doença, como forma de reativar a vida?

A dupla crise sanitária e econômica precisa de uma visão mais técnica sem o calor do oportunismo político. Vejam o caso da hidroxicloroquina. Desde 20 de março, só com receita médica controlada. Por décadas, era vendida livremente, para malária, artrite, lúpus.

Quando, depois dos chineses, o presidente gostou da hidroxicloroquina, ela foi carimbada com tarja preta. Num experimento(?) em Manaus, ministraram super doses que causaram a morte de 11 pacientes. Superdose até de aspirina pode ser gravíssima. Pareceu sabotagem contra uma solução barata e disponível, para desacreditar o presidente que a defendia. Caso para a polícia apurar.

A propósito, usei a cloroquina quando cobria guerra em Angola, em 1982, sem sentir reação adversa alguma. Muitas dessas 17 mil vidas poderiam ter sido salvas com a medicação logo nos primeiros sintomas, como se recuperaram os doutores David Uip e Roberto Kalil Filho. Talvez se Bolsonaro tivesse execrado a cloroquina, teria ajudado a salvar vidas, pois seu uso seria estimulado pelos ativos opositores.

O Brasil está em 28º lugar no número de mortes em relação à população - 76 por milhão de habitantes. No ano passado, entre 16 de março e 18 de maio, tivemos 55 mil mortes por pneumonia, insuficiência respiratória e SRAG (síndrome respiratória aguda). Agora, desde 16 de março, temos 67 mil mortes. São 17 mil por Covid-19, 29.500 por pneumonia, 15.700 por insuficiência respiratória, 5 mil por SRAG, em números redondos, segundo registro de óbito nos cartórios. Ou seja: num mesmo período, 50 mil mortes de outras doenças respiratórias e 17 mil de Covid-19. Mas é o corona que agita o Brasil e o mundo. Para pensar.

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