Nesta terça-feira (1) reabre o mais poderoso e legítimo dos poderes: o Legislativo, onde estão nossos representantes. Enquanto o Senado representa os estados, a Câmara representa a população desses estados, então temos 81 senadores e 513 deputados nos representando.
E como você que paga o salário dos deputados e senadores, do gabinete de cada um deles e de todos os funcionários da Câmara e Senado — sendo que, em muitos casos, eles têm mais população que a maioria dos municípios brasileiros — você precisa cobrar aquele no qual você votou.
Você está satisfeito com o trabalho realizado? Ele ou ela está cumprindo o que foi combinado na procuração lavrada durante campanha eleitoral? Está cumprindo o que disse que faria? Isso é cidadania e só assim funciona a democracia.
Você é o mandante dos deputados e senadores. Então, se você ficar passivo, não vai funcionar e eles farão o que quiserem, se desligando de você. Isso não pode acontecer! Você precisa mantê-los ligados, pois eles são os seus representantes, os seus mandatários. E o mesmo acontece com todo funcionário público, que está lá para servir você. Democracia é isso. O poder emana do povo e está escrito na Constituição.
Mas aí vem a pergunta: o Estado está a serviço da nação ou a nação está a serviço do Estado? O Estado é a nação organizada para servir. Então, todo o poder Judiciário, Executivo e Legislativo na União, nos Estados e nos municípios está a serviço da nação. E nação somos nós, os brasileiros.
É bom lembrar isso porque amanhã reabre o mais importante dos poderes, e ele está descrito no segundo artigo da Constituição: Poder Legislativo. Depois dele vem o Executivo e, por último, o Judiciário que não tem o voto e não é representante direto do cidadão. Ele está lá para aplicar as leis, não para fazer leis.
Vale lembrar que quem faz as leis é o Legislativo, e quem faz a Constituição pode ser o Legislativo em alguns casos, mas, em geral, é uma assembleia constituinte escolhida por nós, brasileiros, para fazer uma Constituição. Não é o Supremo que muda, faz a Constituição ou a altera. É bom sabermos disso.
Movimentação bancária do tenente-coronel Mauro Cid
Em segundo lugar, os jornalistas precisam ter noções de contabilidade ao dar uma notícia como "foram contabilizados três mortos". Afinal, foram quantos no crédito e quantos no débito? Isso é contabilizar. É o sistema de partidas dobradas. É lançar no débito e no crédito.
Mas parece que, sem saber disso e sem ter a cultura geral que qualquer jornalista deveria ter, eles pegaram os dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) — que não sei como saíram da Coaf —, e falam que o tenente-coronel Mauro Cid, que ganha 26 mil por mês, movimentou em 6 meses 3,2 milhões — 1,8 mi no crédito e 1,4 mi no débito.
Opa! Espere aí! Então, o saldo é 400 mil e não 3,2 mi. Afinal, ele recebeu 1,8 mi e devolveu ou pagou 1,4 mi. O saldo é 400. Vou dar um exemplo: se você ganha 10 mil e tira um financiamento para comprar um carro de 300 mil, o Coaf vai registrar 300 mil no seu crédito. Depois, você vai retirar esse valor para pagar o carro e o jornal vai dizer que você ganha 10 mil, mas movimentou 600 mil, o que é uma mentira. Você não ficou com nada, só com o carro. E ainda ficou devendo o carro, não é? Assim a gente consegue entender e não se deixa enrolar por mentiras.
Conteúdo editado por: Raquel Derevecki