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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Violência

A tragédia do Rio, que virou território do crime

Operação do Exército no Complexo da Maré, em 2017. (Foto: omaz Silva/Agência Brasil)

Começo com um fato triste – mais um entre tantos acontecimentos trágicos, dramáticos, do Rio de Janeiro. Uma menina de 14 anos, Valentina, foi baleada. Aconteceu na quarta-feira: ela e o pai estavam indo para a praia, seguindo o GPS, mas entraram num desvio ali no Complexo da Maré. Imediatamente vieram tiros de fuzil em cima do carro dele, uns seis tiros. O pai dela acelerou e, quando conseguiu sair dali, perguntou “minha filha, tudo bem com você?” “Tudo bem”, ela respondeu. Só mais tarde foi dizer “pai, eu fui baleada”. Ela ainda está hospitalizada, com um tiro nas costas.

Esse é o Rio de Janeiro, que tem “santuários”. Um “santuário” é um território ocupado por alguém que não é o poder legal. Não é território do município do Rio de Janeiro, do estado do Rio de Janeiro, da República Federativa do Brasil. Assim é o Brasil, nas grandes capitais e até nas cidades menores. Na Amazônia também está acontecendo, é o crime tomando conta. E por que o crime toma conta? Exatamente da mesma forma como o fogo toma conta, porque não se previne. Eu vi isso há 50 anos e dizia para meus amigos do Rio que eles acabariam perdendo a liberdade, perdendo totalmente a segurança. É assim que acontece. E aí tem de aparecer um Bukele para fazer o que fez em El Salvador, porque medidas suaves nunca funcionaram. Sempre tentaram apenas medidas suaves, inclusive com uma parte da população e do jornalismo tomando partido contra a polícia e a favor do bandido. O povo acaba pagando por essa tragédia.

X está começando a ceder a ordens de Alexandre de Moraes 

Parece que Alexandre de Moraes ganhou essa rodada contra o X. As informações são de que o X já está providenciando um representante legal, já está com corpo jurídico no Brasil, a assistência jurídica do X tinha recomendado que se fizesse assim porque não há outra saída. O X se justificou dizendo que foi por acidente que repôs as pessoas em contato com seus amigos, devolveu às pessoas o direito de se expressar por essa nova forma, que é a via digital. O bloqueio foi criticado pela Casa Branca e pelo Parlamento Europeu, pegou muito mal, porque o Brasil se torna um mau exemplo, um país que corta a liberdade de expressão, porque 22 milhões de pessoas foram punidas, bloqueadas, sem terem feito nada, quando a punição deveria se dirigir ao X e não às pessoas.

Ao que tudo indica, o X concordou em bloquear novamente o Paulo Figueiredo, o Allan dos Santos, o Monark, o Marcos do Val e uma adolescente, a Mariana, que vem defendendo o pai, Oswaldo Eustáquio. Essa menina, inclusive, teve Polícia Federal na casa dela, foi uma coisa inexplicável. Enfim, é assim que as coisas se encaminham. Moraes ainda multou o X e a Starlink em R$ 5 milhões, dizendo que a Starlink fazia parte do mesmo grupo do X; não sei como a contabilidade da Starlink vai explicar isso para os seus acionistas.

Impeachment de Moraes não é tão simples quanto andam espalhando por aí 

Estão dizendo que só faltam cinco assinaturas de senadores para chegar a 41, maioria simples, e aí começaria o processo de impeachment de Moraes. Mas não é bem assim. Isso continua a estar nas mãos de Rodrigo Pacheco; se ele aceitar, vai para as mãos de uma comissão de 27 senadores, que apresenta ao plenário a proposta de indiciamento. Se for aprovada, volta para a comissão fazer a proposta de denúncia, e depois há um julgamento em que são necessários dois terços do Senado, 54 de 81 senadores, para cassar Moraes. E quem preside esse julgamento é o presidente do Supremo, com o julgado sendo o vice-presidente do STF. Talvez as coisas terminem exatamente como está terminando essa briga entre Elon Musk e Alexandre de Moraes.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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