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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Voluntários e políticos

No Rio Grande do Sul, o melhor e o pior do brasileiro

Vereador é preso em operação que apura desvio de doações às vítimas das enchentes no RS
O Ministério Público e a Polícia Civil do RS investigam o desvio de doações (Foto: DIvulgação/MP-RS)

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Mais um caso, no Rio Grande do Sul, mostra o quanto o ser humano é capaz de coisas boas e coisas ruins, como citei, outro dia, o general Villas Bôas, que disse “na hora de crise é que se mostra o melhor e o pior das pessoas”. Os voluntários estão mostrando o melhor do ser humano. Mas também há os saqueadores, os que aproveitaram a desgraça para roubar casas e depósitos, e também há políticos metendo a mão e aproveitando que este ano é ano de eleição. Já aconteceu em três municípios; o caso mais recente foi em Palmares do Sul, que fica entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, não muito longe de Porto Alegre.

Um pré-candidato a prefeito e seu candidato a vice foram presos em uma ação da Polícia Civil e do Ministério Público estadual. Filipe Lang, o pré-candidato, é vereador do PT; seu vice é Polon Backes, do União Brasil. Houve busca e apreensão, os dois pagaram fiança e foram soltos. Eles estariam distribuindo doações que chegaram do governo federal; em vez de entregar na prefeitura, eles estariam distribuindo como se fosse coisa deles, para fazer a pré-campanha. Na casa de Lang ainda encontraram R$ 15 mil. Palmares do Sul tem agências do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Banrisul e do Santander, mas ele não confia em nenhum desses quatro bancos, prefere guardar R$ 15 mil em casa.

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Falei dos voluntários, e a velocidade com que eles refizeram a ponte entre Lajeado e Estrela foi impressionante. Metade de uma ponte de ferro despencou, se inutilizou, mas eles fizeram outra igualzinha em questão de dez dias. Todo mundo doando e se doando: engenheiros, soldadores se empenharam, chegaram vigas de ferro, uma oficina de Estrela que faz baús para caminhões também ajudou. Instalaram tudo e no domingo a ponte já estava sendo ocupada. O Terceiro Batalhão de Engenharia de Combate, da minha Cachoeira do Sul, estava lá em Pelotas fazendo uma ponte. Uma ilha de pescadores estava isolada – os pescadores têm barco, mas os veículos para levar a produção, as caminhonetes, os pequenos caminhões, estavam sem acesso. Pois o Exército improvisou, praticamente criaram uma ponte, um grande feito do Batalhão Conrado Bittencourt.

Proposta para mudar composição e escolha de ministros do STF está na Câmara 

Todo mundo reclama hoje do Supremo, então vamos observar esse projeto de emenda constitucional de autoria da Luiza Erundina, do PSol, que agora está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A presidente da CCJ, Carol de Toni, já indicou o relator, Luiz Philippe de Orleans e Bragança. Não seriam mais 11, e sim 15 ministros – tem de ser um número ímpar para não dar empate. E seriam escolhidos não pelo presidente da República, mas por lista tríplice de alguns órgãos: o Conselho Nacional de Justiça sugeriria juízes, o Conselho Nacional do Ministério Público sugeriria promotores, a OAB mandaria sugestões de advogados, e os representantes do povo no Congresso Nacional fariam a escolha. Seriam todos submetidos a sabatina, claro. Só não vi se também teriam mandato fixo, mas é uma mudança necessária.

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Durante o governo militar, o Ato Institucional 2, de 1964, criou um Supremo com 16 ministros, mas não deu certo, durou só quatro anos. Lembro que havia um respeito muito grande do presidente Castello Branco pelo Supremo. Tanto que Costa e Silva, um dia, esbravejou contra o presidente do Supremo, que foi ao Palácio do Planalto devolver a Ordem do Mérito Militar. Castello Branco só não conseguiu punir porque não tinha força para isso, mas ficou muito, muito magoado com o que aconteceu. Só para recordar um pouquinho da história brasileira contemporânea.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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