Está acontecendo uma roubalheira na área da saúde e não é de agora. O que falta para hospitais são equipamentos. É essa falta que fez governos ficarem assustados e ampliarem o isolamento social.
Há desvios de verbas, corrupção e superfaturamento na área. Eu sei disso porque minha mulher é cirurgiã aposentada e na época em que ela trabalhava faltavam luvas, cateteres, aparelho para auscultar, fio de sutura e até antibiótico.
Agora está aparecendo mais coisas, porque as pessoas se aproveitam da crise para meter a mão. No Rio de Janeiro prenderam nesta quinta-feira (14) Mário Peixoto, por cometer crime na área da saúde, em uma Operação da Lava Jato.
Aqui em Brasília foi preso um suplente de senador, que tinha sido também secretário do ex-governador José Roberto Arruda. Esse suplente estava vendendo respirador ilegalmente para o governo do Pará.
Lá em Santa Catarina já tem até uma CPI, a Comissão Parlamentar de Inquérito. Alguns membros do governo de Santa Catarina caíram, entre eles: o secretário da Saúde e o secretário do Gabinete Civil do governador.
O governo de Santa Catarina pagou antecipadamente R$ 33 milhões para uma empresa do Rio de Janeiro que está com os bens bloqueados pela Justiça. Foram pagos R$ 165 mil por cada respirador e só 50 dos 200 comprados chegaram, com um mês de atraso.
Está cheio de empresa brasileira que produz respirador. Esses dias eu vi um vídeo de um sujeito que produz respirador por R$ 2,5 mil e os que Santa Catarina comprou custou R$ 165 mil cada um.
A gente ainda compra respirador e máscara de fora mesmo o país tendo tantas pessoas com máquina de costura e que pode ganhar dinheiro em um momento em que é obrigada a ficar em casa. Não se dá atenção de um modo geral para a indústria nacional.
A Universidade Federal da Paraíba fabricou um respirador e liberou a patente, a propriedade industrial, de um respirador que foi desenvolvido lá. Está de graça e mesmo assim o Brasil ainda está importando.
Crimes contra saúde
Na quinta-feira (14), eu fiz uma live com o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). Ele me disse que conseguiu regime de urgência em um projeto de lei para agravar os crimes contra saúde.
Tem outro deputado também que quer mudar o Código de Processo Penal e tornar crimes contra saúde como crime hediondo.
Aras vai denunciar?
A briga entre Sergio Moro e Bolsonaro não está dando em nada. Fizeram muito barulho. A torcida é muito grande, mas aquela torcida também é mínima. A situação vai para as mãos de Augusto Aras e é ele quem vai decidir se haverá denúncia à Justiça.
Eu não acredito que o procurador-geral vá decidir pela denunciação caluniosa contra Moro, porque o ex-ministro sempre ressaltou que Bolsonaro não cometeu crime, embora tenha insinuado que isso aconteceu.
Direito de se manifestar
Dois integrantes do Ministério Público pediram a expulsão do grupo de manifestantes que está acampado na Praça dos Três Poderes. Segundo eles, essas pessoas fazem parte de uma milícia armada. Não há nenhum indício de armas, ninguém viu armas.
O juiz não aceitou e deve ter dito para os procuradores que eles devem voltar ao artigo 5º da Constituição e ler. Esse é o artigo que garante o direito de reunião sem armas e a livre manifestação.
O Ministério Público deveria ser isento, assim como nós jornalistas. Mas a visão da pandemia está muito emocional, se alguém quiser trabalhar é porque é contra a vida. Temos que defender a vida e o trabalho. Eu estou em casa, tranquilo, se precisar peço comida e pago pelo celular, mas eu sou 10% da população brasileira. A maior parte está em dificuldade.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS