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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Agronegócio

Safra de 2024 será menor, diz o IBGE

No ciclo atual, seca em regiões produtoras de soja no Mato Grosso pode reduzir a safra no estado em 20% ou mais. (Foto: Jonathan Campos / Arquivo Gazeta do Povo)

A previsão do IBGE para a safra de grãos deste ano, com base na área plantada, é muito significativa. A safra vai cair em quase 9 milhões de toneladas na comparação com o ano passado. O que isso significa? Desestímulo ao setor mais dinâmico e mais importante do país nessa época, o setor que nos permite comprar produtos importados, inclusive remédios e automóveis, já que o agro exporta e nos dá divisas para importar. As importações, aliás, despencaram nesse ano de 2023, o que significa um tremor na atividade econômica. As importações de fertilizantes, por exemplo, movimentam o agro; elas também mostram a sanidade da indústria, quando se importam máquinas novas e tecnologia para ampliar a produtividade e a produção.

Essa queda na safra de grãos, de 8,9 milhões de toneladas a menos segundo o IBGE, é algo que eu nunca vi. E eu cubro agricultura desde que entrei no Jornal do Brasil, em 1971. No segundo ano já ganhei um prêmio, por reportar o escoamento da soja do Alto Uruguai, no Rio Grande do Sul, para o Porto de Rio Grande, justamente para a exportação.

Inflação dentro do limite é mérito do Banco Central, e não do governo 

Um outro dado do IBGE divulgado agora foi o da inflação. O limite máximo de tolerância era de 4,75%, o IPCA ficou em 4,62%, acima da meta, que era de 3,25%, mas dentro do limite. Isso se deve ao guardião da moeda e do crédito, que é o Banco Central, agora independente do governo federal. É o governo federal que provoca pressões para a inflação: quando gasta mais do que arrecada, vai acontecer algo, que é puxar os preços para cima. O governo está tomando muito dinheiro emprestado no mercado, a dívida pública está crescendo muito e o governo é obrigado a pagar juros para atrair quem compre papéis do governo, e isso pressiona os juros para cima.

Agora o governo, que não quer conceder a desoneração para 17 dos setores que mais empregam e veio com essa medida provisória que não tem o menor futuro, está falando em taxar compras no exterior acima de US$ 50. Ao mesmo tempo, abre concurso para mais de 6 mil novos funcionários públicos, cria mais ministérios, tudo isso é mais gasto. Eu fico pensando: esse pessoal que virou agente do Estado, operador do Estado, parece que mora no Estado também. Eles não moram na nação. A nação é o país real, é o país dos cidadãos, dos eleitores e dos pagadores de impostos, que se organizaram e formaram um Estado para prestar serviços públicos de Justiça, de segurança pública, de saneamento, de educação e saúde para quem precisa.

Mais uma condenação da Lava Jato anulada

Para encerrar, não custa lembrar que mais um teve a condenação anulada. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, estava condenado a 24 anos, não era pouco. O ministro Edson Fachin anulou a condenação por “CEP errado”, alegou que não podia ser na Justiça Federal do Paraná. Aconteceu isso com Antonio Palocci, aconteceu com Lula. O interessante é a nota do advogado de Vaccari. Ele diz que “a decisão de Fachin restabelece a legalidade de um processo viciado desde o início e eivado de incontáveis ilegalidades e abusos, o qual propiciou imensas injustiças, todas irreparáveis aos acusados, os quais foram condenados injustamente”. Agora pensem bem: a que situações nós poderíamos aplicar essa descrição? Podemos ficar selecionando e colando essa frase em inúmeros casos presentes.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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