O ex-ministro de Lula, que foi ministro das Comunicações, o experiente político carioca Miro Teixeira, disse que os atos de 8 de janeiro de 2023 jamais podem ser chamados de golpismo, pois foi uma balbúrdia, que não tinha a menor condição de golpe. Que se Bolsonaro quisesse dar o golpe, daria enquanto era comandante supremo das Forças Armadas, e não depois que estava na Flórida. Ele tem razão.
E o ministro da Defesa de Lula, o atual ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse mais ou menos a mesma coisa, que não havia condições de golpe. Era uma multidão, sem comando, sem liderança, de pessoas idosas, ninguém conduzindo, ninguém portando armas, sem nenhum apoio de forças policiais ou militares. E alguns, que até hoje não se sabe quem foram esses, porque os inquéritos até agora não especificaram quem quebrou o quê, e a gente não sabe quem quebrou ou se alguém entrou antes para quebrar.
Democracia para quem?
Foi lançado agora, lá em São Paulo, o livro Diário de Anne Brasil. Meio, assim, repetindo o Diário de Anne Frank, contando de uma jovem que veio do interior do Brasil no início de janeiro e que ficou acampada lá na frente do QG e que participou das manifestações e não invadiu nenhum prédio. E até hoje está com tornozeleira, e foi para prisão, foi posta no ônibus, naquele engodo, passou pelo IML, foi para a Polícia Federal e acabou no presídio. Pessoas que não tinham a menor condição de dar golpe de Estado, tomar o poder, destituir o presidente da República. Destituir os chefes de poder. Só para lembrar isso.
Aliás, querem lembrar isso em um museu da democracia. Eu acho que é o reconhecimento de que a democracia já é passada, já vai para o museu. Vai lá, põe a Constituição de 1988 no museu, junto com as múmias, com os quadros maravilhosos do século passado, dos impressionistas etc. Democracia, né? Se fala tanto.
Democracia é lugar em que as pessoas têm tranquilidade, agora mesmo eu vi no Estadão. A revista International Living escolheu os 10 melhores países para quem quiser morar depois de parar de trabalhar. Aposentados. Primeiro Costa Rica. Segundo Portugal, né? Aí eu vejo que França está lá. Está em sétimo, parece. Estados Unidos nem está. E Brasil, claro, não está. Imagina, a pessoa sai para a rua, encontra bandido que foi solto para a saidinha de Natal.
Benefícios aos criminosos
Foi o que aconteceu em Belo Horizonte, lá com o sargento Roger Dias, de 29 anos, pai de recém nascido. Encontrou o cara da saidinha, que já estava armado. Ganhou arma do Papai Noel, né? E deu dois tiros na cabeça do sargento. O governador Zema está reclamando que já passou um projeto de lei pela Câmara e o Senado não bota para votar. Só que tem que sacudir o mineiro que representa Minas Gerais, que é o presidente do Senado. Que é o Rodrigo Pacheco. A Câmara dos Deputados aprovou por 311 a 98, o fim dessas saidinhas, desses benefícios.
O sujeito que atirou no sargento já tinha 18 crimes na ficha e foi beneficiado. O cúmplice dele, que estava ao lado, já tinha dois homicídios num total de 15 crimes, que está preso também. Aqui em Brasília o sujeito saiu na saidinha, deu cinco tiros - também ganhou a arma do Papai Noel - na mulher que não foi visitá-lo.
Lá no litoral paulista pegaram outro da saidinha que tava com metralhadora, uma submetralhadora - que ganhou do Papai Noel também. Quando será que Rodrigo Pacheco vai fazer o Senado votar o que é de interesse da nação brasileira? Lá não é o interesse pessoal de cada um, é o interesse do povo, então fica o registro.
Falando em crime, né? Que coisa horrorosa! Essa pousada lá em Presidente Figueiredo, no Amazonas. Uma moça venezuelana, artista, artista de circo, palhaça de circo, ciclista que vinha percorrendo o país, se hospedou na pousada, estava na rede, e foi morta pelo casal. Primeiro estuprada, violentada, depois morta e enterrada, do lado da pousada, descobriram agora. Meu Deus do céu, será que o brasileiro é mesmo aquele cidadão cordato? De bom coração, do nosso sociólogo Gilberto Freyre?