A organização da posse de Lula está tomando cuidados redobrados. O futuro ministro da Justiça recomendou que seja refeita a programação. O local está todo isolado já, ali na região da Praça dos Três Poderes, a parte final da Esplanada dos Ministérios. Fala-se até em Lula ir de carro blindado.
Acampamentos ameaçados
Tudo isso depois que se descobriu esse George Washington cheio de munição e de armas, inclusive com bombas. Eu vi a audiência de custódia dele em que ele confirma isso. Inclusive, confirma que estava naquela tentativa de invasão da Polícia Federal outro dia e que frequentava o acampamento lá na frente QG, com isso ele respingou sobre o acampamento e querem tirar o acampamento à força a partir do dia 1º de janeiro.
O papel de Bolsonaro e de Lula
Acampamentos e vigílias em todo o país na frente dos quartéis estão mostrando a realidade, talvez, para o novo governo. O presidente Lula está agindo como se tivesse ganho a eleição por 80 a 20. E o presidente Bolsonaro está agindo como se tivesse perdido a eleição por 80 a 20. E o resultado da eleição, é bom que os dois tenham isso em mente, foi de 50,9% para um e 49,1% para o outro. Então foi praticamente um empate.
Os dois têm que agir como representantes de uma metade do país, um em uma oposição e o outro no governo. E tocar as suas funções. Se não fica errado, não representa a realidade e o povo sabe qual é a realidade. O povo sabe.
Um acerto de Lula
Enquanto isso, um acerto, eu acho que é o primeiro acerto “na mosca” do novo presidente, na escolha do ministro da Agricultura. O senador Carlos Fávaro, de Mato Grosso, que já foi presidente da Pró-Soja, que é a maior entidade do agro, dos produtores de soja e milho, e foi presidente da cooperativa de Lucas do Rio Verde, que também é outra coisa gigantesca.
Foi vice-governador de Mato Grosso, foi secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, apoiou Lula na eleição ao lado de Blairo Maggi, que também foi o governador e foi ministro. E, como ministro, ele tem a mesma cabeça de Tereza Cristina, ex-ministra de Bolsonaro, de Mato Grosso do Sul, que se elegeu senadora. É de tecnologia, de modernidade, não tem mais aquela agricultura da enxada.
Agro em alta
Ele vai sofrer bastante com a esquerda retrógrada que se autodenomina progressista. Não sei se vai sofrer com o Ministério do Meio Ambiente, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Eu sei que o Roberto Rodrigues, quando foi ministro da Agricultura, de Lula, lá atrás, sofreu bastante por causa do atraso e a agricultura venceu, o agro venceu. Mas Lula está dando agora um sinal para o agro, dizendo “olha aqui o representante de vocês”. Acho que isso é muito importante.
Uma cadeira para Tebet
E acabou também dando lugar para Simone Tebet (MDB), de Mato Grosso do Sul, que está terminando o mandato dela como senadora. Tem mais um mês de mandato. Vai ser ministra do Planejamento. Não precisava ter, tanto que estava dentro de uma Secretaria lá do Paulo Guedes. Mas a Secretaria do Planejamento vai perder alguns programas e algumas gestões. Ela entra já desmuniciada.
Mas, enfim, Lula precisa dizer para os que o apoiaram, que ele está também recebendo no seu governo os outros, embora o cerne, seja petista do novo governo. Mas tem que pensar muito e eu acho que, por exemplo, o ministro da Justiça não está pensando nisso, que foi quase empate, que o país está dividido de Brasília.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS