Depois de ter cantado a internacional socialista com o Psol, o ex-presidente Lula recebeu nesta terça-feira (3) o apoio do Solidariedade, do deputado Paulinho da Força, que junta-se ao petista na campanha presidencial.
O apoio atenuou um pouco algumas divergências internas no PT depois do fiasco do 1º de maio no Pacaembu. O evento teve pouco público. Nem com a cantora Daniela Mercury conseguiu atrair mais gente. Lula teve que esperar juntar um pouquinho mais de gente para discursar, mas não adiantou muito. Bom lembrar que São Paulo é um termômetro para o país inteiro.
Terceira via derrete
A chamada "terceira via democrática" está se desintegrando. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que tem pavio curto, explode a qualquer provocação. Às vezes até sem provocação. Eu costumo dizer que a própria boca dele é seu pior adversário.
E eu fiquei sabendo de uma reunião na segunda-feira (2), em São Paulo, com próceres do MDB. Eles chegaram à conclusão de que não vão a lugar algum com a candidatura da senadora Simone Tebet. E alguns estão recomendando negociar o apoio do partido ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eu desconfio que algo semelhante vai acontecer com o União Brasil, que juntou o DEM e o PSL, partido pelo qual Bolsonaro se elegeu em 2018. Aliás, foi o presidente que levou votos para o partido e o deixou grande, com grande tempo de rádio e televisão, para quando começar a propaganda eleitoral.
O União Brasil lançou uma chapa com Luciano Bivar como cabeça, mas pouca gente conhece ele e acho que não tem futuro. Por isso, acho que a legenda vai acabar se aliando a Bolsonaro, numa, digamos, volta às origens. E o antigo DEM é óbvio que não vai para Lula.
Falando no ex-presidente, eu vi uma declaração do Sergio Moro contra Lula que só faltou o ex-juiz no fim dizer "vamos apoiar Bolsonaro". Porque ficou parecendo isso. Achei muito estranha a maneira como ele atacou Lula.
E o PSDB continua dividido entre João Doria e Eduardo Leite. É o eterno balanço em cima de muro dos tucanos, que não sabem para onde vão, vão se equilibrando e não conseguem escolher para que lado cair. Aí é literalmente cair, porque também não tem muito futuro.
Esse é o dilema, na medida em que vai se esgotando o prazo para definições, já estamos a cinco meses da eleição.
Senado discute cheiro de sanduíche
Essa história do Senado convocar o McDonald's e o Burger King para explicar dois sanduíches é inacreditável. Se tem picanha ou não; se tem costela ou não; só tem o cheiro... Eu acho incrível porque é um assunto que o Procon já resolveu.
O McDonald's tirou o sanduíche do cardápio e o outro mudou de nome. Agora, em vez de dizer que tem costela, diz que tem carne suína. Pronto, resolvido. Agora levar esse assunto para discussão no Senado, em audiência na Comissão de Defesa do Consumidor?
Enquanto isso o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) virou réu no Supremo Tribunal Federal na cara dos senadores. Isso porque ele xingou um senador e um ex-deputado.
Ou seja, o artigo 53 da Constituição, que fala da inviolabilidade parlamentar, não vale mais nada. Por quê? Porque senadores e deputados baixaram a cabeça. Onde passa boi passa boiada.
Agora, eles não são mais invioláveis e foi por falta de reação deles, porque está cheio de requerimento no Supremo para chamar ministro da Corte para explicar atos que não têm cheiro de Constituição. Mas eles estão discutindo o cheiro de sanduíche.
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