Sete senadores e 70 deputados, de dez partidos diferentes, assinaram pedido de impeachment (os deputados como apoiadores, evidentemente, pois só o Senado pode aprovar um impeachment), contra o ministro Luís Roberto Barroso. Quem encabeça desse pedido é o senador Jorge Seif (PL-SC). Ele já foi secretário da Pesca, tem uma empresa de pesca especializada em sardinhas; agora que passou paro Senado, está querendo pescar peixe maior. Mas precisa convencer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que está sentado em cima de outros requerimentos.
Este pedido é justificado pelo descumprimento da exigência feita a todo juiz: não estar ligado, nem fazer nenhuma manifestação político-partidária. Barroso foi ao congresso da UNE – algo inédito, eu nunca vi na minha vida um ministro de Supremo em congresso da UNE, que é comandada pelo Partido Comunista do Brasil, o PCdoB. Foi realmente uma situação de manifestações eminentemente políticas, em que ele disse “nós derrotamos a censura”, “nós derrotamos o bolsonarismo para que houvesse a democracia”. Depois o ministro e o Supremo deram muitas explicações, mas as palavras que saem da boca são como flechas disparadas de um arco: não voltam mais. Enfim, mais um pedido de impeachment de ministro de Supremo está nas mãos do presidente do Senado.
Flávio Dino não quer o povo perto das autoridades
Ficamos sabendo que está sendo preparada uma divisão especial de proteção às autoridades na Polícia Federal. Eu tenho saudade dos tempos em que isso não era necessário. Joaquim Barbosa, que foi presidente do Supremo, era aplaudido no aeroporto por sua atuação no julgamento do mensalão; o juiz de primeira instância da 13.ª Vara de Curitiba, Sergio Moro, era aplaudido no aeroporto por sua atuação na Lava Jato. Agora não mais; e o ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que chega de naturalizar, de achar normal que um cidadão pagador de impostos, eleitor, no pleno uso de seus direitos de opinião e de expressão, possa xingar uma autoridade.
Nesse caso que aconteceu em Roma, vão investigar se o xingamento foi injúria, difamação, calúnia, algo que esteja previsto no Código Penal. É bom que separem isso da crítica que faz parte da democracia. As pessoas que estão sendo apontadas como autoras desse xingamento, dessa hostilização ao ministro Alexandre de Moraes, depuseram durante sete horas na Polícia Federal, segundo o advogado. Ele contou que vistoriaram até o automóvel do casal. Será que alguém pensa que eles pegaram o carro lá em Fiumicino e vieram para Santa Bárbara do Oeste? Certamente não deve ser isso. O ministro da Justiça deve estar preocupado com o que aconteceu com o celular do tenente-coronel Cid, que fora ajudante de ordens do presidente da República, porque fez questão de explicar que não se trata de uma “fishing expedition”. Eu não sei por que que usam essa coisa de inglês; é fazer pescaria, bisbilhotar o celular para ver se acham outra coisa, e Dino disse que não foi esse o caso, que foi para saber exatamente se isso teve ligações com o ato de xingar o ministro Alexandre de Moraes. É um caso que, aliás, ainda está à espera das imagens.
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