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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Judiciário

Sérgio Cabral quase solto e viagem a NY: retratos da Justiça brasileira

O ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB-RJ)
O ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB-RJ) (Foto: Rodrigo Félix/Arquivo Gazeta do Povo)

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Como você sabe, o Sérgio Cabral, que foi governador do Rio de Janeiro, foi condenado a 425 anos de prisão. Você sabe que ele já está por sair? Aí vocês vão dizer assim, "uai, tem máquina do tempo? Adiantamos 425 anos e ele já vai sair? Ou 420 anos, porque ele está preso desde 2016"? Pois é. De cinco das prisões, só resta uma. Quatro já foram anuladas com base em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Anuladas pela Justiça do Rio de Janeiro. São 35 processos que ele responde, e foi condenado em 23. Então, só resta uma condenação agora: de Sergio Moro, que está no Supremo para decidir se fica ou não fica. Vocês já viram esse filme, com outro personagem, com outro preso. É a Justiça brasileira. Lewandowski quer que solte, Fachin quer que prenda, que mantenha preso, e Nunes Marques pediu vistas do processo. E Sergio Cabral está esperando. Pode ser solto sim. Esse é o Brasil. Ontem eu falei da Flordelis, condenada a 50 anos, e eu perguntei: mas quantos anos ela vai ficar realmente?

Enquanto isso, um dos ministros do Supremo, que está em Nova Iorque, foi para lá para falar num simpósio chamado Brasil e o respeito às liberdades e à Constituição, e à democracia. E ele falou. Disse que a democracia foi muito atacada no Brasil, mas resistiu e sobreviveu graças a instituições forte se a juízes que cumprem a Constituição. Só que ele não especificou quais foram os ataques e quem fez os ataques. É mais ou menos como um juiz que dá uma sentença mas não diz qual foi o crime nem quem é o criminoso. Aliás, não é novidade, porque os advogados de muita gente que foi presa naquele processo, o inquérito do fim do mundo, que foi censurado e tal, os advogados não conseguem saber qual é o crime. Porque tem o crime de fake news, que não existe; o crime de censurar e criticar as instituições também não existe, está específico na lei e na Constituição. A lei regulamenta a Constituição, que é do ano passado, diz que não é crime criticar as instituições por meio de manifestações por qualquer meio. Isso é cláusula pétrea da Constituição, não tem como. Mas enfim, os outros juízes estão lá para falar também. Gilmar Mendes, Lewandowski, Carmen Lúcia, Barroso, Toffoli. E os brasileiros que estão lá estão vaiando eles, cada vez que os encontram entrando no hotel, saindo do hotel, saindo do restaurante, caminhando na rua. A gente tem visto nas redes sociais que noticiam essas coisas.

A mídia que não noticia isso simplesmente está acabada. Você sabe que não pode se informar de tudo em determinada mídia que não noticia. Eu vi por exemplo numa mídia dizendo assim: "Lula embarcou num avião que saiu do aeroporto", para não dizer que se trata de um Gulfstream, um jatinho, de um empresário de plano de saúde, que já esteve preso como Lula, naquela questão do dinheiro de campanha, um milhão ou cinco milhões, na campanha do José Serra para o Senado. Simplesmente diz que "embarcou num avião no aeroporto". Então, essa omissão faz com que a gente não acredite mais. Porque estão omitindo as coisas para quem deveriam servir.

Mas vamos em frente. Falei de manifestações em Nova Iorque, e em Brasília está cheio de índio de camisa amarela ali onde houve a missa do papa, em frente à Catedral Nossa Senhora da Paz, que fica na entrada do QG do Exército. Estão acampados lá, já tem chuveiro, já tem de tudo. Se estabeleceram lá. São são 15 dias, meio mês. Tem carro de som o dia inteiro. E os hotéis de Brasília estão ganhando com isso. Cada vez mais gente que vem, geralmente, do Centro-Oeste, sul do Pará, Mato Grosso, Tocantins, vem lá de Rondônia, de Mato Grosso do Sul, Goiás. Muita gente. 

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