Operação da PF descobriu que PCC planejava homicídios e extorsão mediante sequestro contra o senador Sergio Moro e outras autoridades ligadas ao combate ao crime| Foto: Pedro França/Agência Senado
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Ontem Brasília estava preocupada, depois que uma ação da Polícia Federal revelou que havia uma conspiração do PCC para matar o juiz da Lava Jato, Sergio Moro, que hoje é senador. Eu achei estranho, porque na Lava Jato não tinha ninguém do PCC. O PCC estava querendo vingança de alguma coisa contra Sergio Moro, e outras pessoas inclusive um promotor de São Paulo, que já está protegido pela polícia há dez anos, Lincoln Gakiya.

Interessante que isso acontece no dia seguinte ao dia em que Lula revelou para um grupo do Palácio do Planalto que o sonho dele é acabar – ele usou um termo que eu não repetir – acabar com Sergio Moro. E que ia viver para se vingar “daquela gente”, como ele disse. Então muita gente está fazendo ligação entre as coisas. Foi uma infelicidade de Lula ou uma catarse, ele tinha que desabafar aquilo para os visitantes... O fato é que isso gerou uma movimentação muito grande na Câmara e no Senado.

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Ministros devem explicações

No Senado, Sergio Moro foi para a tribuna e lamentou a escalada de violência nesse país, não só no Rio Grande do Norte, as invasões de terra, coisas estranhas acontecendo. Já na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça aprovou a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino, para explicar qual é a atuação do governo nas invasões do dia 8 de janeiro, nos ataques, que é praticamente guerrilha ou terrorismo, no Rio Grande do Norte, no Rio de Janeiro, a ida do ministro ao Complexo Maré, a censura, essas coisas todas.

E aproveitaram para convocar mais ministros, Marina Silva, para explicar o desmatamento na Amazônia, porque ela não defendeu a Amazônia lá com o americano; o ministro da Educação, Camilo Santana, para explicar por que estão fechando escolas cívico militares que tanto ensinam disciplina e evitam droga nas escolas; e o ministro da Agricultura para explicar essa escalada de invasões de terra. Não foi um bom dia pro governo, ainda mais com as notícias de queda na bolsa, de aumento de preços por toda parte. Bom lembrar que a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tem por presidente a deputada Bia Kicis, que é da turma de Bolsonaro.

Pressão contra CPI

Enquanto isso, aumentam as assinaturas para a CPI do 8 de janeiro. O governo está fazendo a maior pressão sobre deputado e senadores para retirar assinaturas, porque o governo não quer revelar o que aconteceu realmente no Supremo, no Congresso e no Palácio do Planalto, nas invasões de 8 de janeiro, tanto que o presidente Lula decretou sigilo para as imagens gravadas pelas câmeras do Palácio do Planalto. Mas está aumentando o número de assinatura. Só quatro deputados fracos tiraram – e muita gente suspeita dos motivos para fazerem isso – eles tiraram suas assinaturas, mas mesmo assim está aumentando o número.

Desentendimento na economia

O governo não está se encontrando, inclusive nas questões econômicas. Fica falando no tal limite de gastos, mas não sabe o que fazer. A única pessoa que entende de economia no atual período é o presidente do Banco Central, e o governo está fazendo pressão contra ele.

O Banco Central, por meio do Conselho de Política Monetária, manteve a taxa selic, no mesmo dia em que o Banco Central americano aumentou a taxa básica de juros para segurar a inflação. O governo acha que não precisa segurar a inflação, mas a inflação é o mais injusto dos impostos, porque é um imposto cobrado só do pobre e um imposto que beneficia o rico, ou seja, tira do pobre para dar pro rico, esse é o mecanismo da inflação.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]