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Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Lei das Estatais

STF prestes a legislar para os “companheiros”

Fachada do Supremo Tribunal Federal. (Foto: Dorivan Marinho/SCO/STF)

Nesta quarta-feira o Supremo julga uma liminar que Ricardo Lewandowski deu antes de se aposentar, autorizando políticos a assumirem estatais, o que contraria, de certa forma, a Lei das Estatais. Dá uma vergonha isso, porque a Lei das Estatais, de 2016, foi parte de uma série de medidas moralizadoras durante o governo Michel Temer. E estão derrubando todas, uma por uma. A Lei das Estatais exigia 36 meses – são três anos – de quarentena para quem tivesse ocupado um cargo político e depois fosse assumir uma estatal. Isso porque depois da Lava Jato vimos que havia uma promiscuidade enorme entre políticos, partidos e as estatais que deveriam permanecer hígidas, saudáveis, mas não estavam, porque contribuíam para o caixa do partido, para o bolso do político, para o instituto ligado ao partido. Tudo isso foi apurado na Lava Jato, está aí nos livros que falam da Lava Jato.

Em dezembro do ano passado, já depois da eleição, a Câmara dos Deputados que estava de saída votou, meio escondida, uma alteração na quarentena. Em vez de 36 meses, passou para 30 dias. Uma piada, uma vergonha. Estavam pensando no Jean Paul Prates, que estava terminando o mandato como senador, para assumir a Petrobras, como efetivamente assumiu. No Aloizio Mercadante para a presidência do BNDES. No ex-governador mineiro Fernando Pimentel para uma estatal de Minas. No Paulo Câmara, de Pernambuco, para o Banco do Nordeste. De novo, o conchavo. E dizem que esse país tem democracia, tem representação. É uma corporação política que se protege porque a estatal é fonte de recurso para partidos políticos. O Supremo vai examinar isso porque em 17 de março deste ano Lewandowski, ligado ao PT, concedeu uma liminar permitindo tudo isso, para não ter problema, já que o projeto passou na Câmara, mas não foi votado no Senado. É um total de 753 cargos de direção nas estatais brasileiras.

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Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

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