Terceira Via ainda não encontrou o seu caminho. Ciro Gomes (PDT) está com Covid e está meio resguardado. Já a bancada do PSDB autorizou o presidente tucano Bruno Araújo a manter a negociação da candidatura única com o MDB e o Cidadania. Acho complicado porque a candidata emedebista à Presidência da República, Simone Tebet, já avisou que não será vice de ninguém. Ela também levou um susto porque o marido está com Covid, mas ela testou negativo.
Enquanto isso, João Doria (PSDB) está catando voto no exterior. Ele foi para Nova York (EUA). Se ele fosse para Nova Iorque, no Maranhão, que tem mais de 3.700 eleitores, aí sim seria um lugar para catar voto. Mas, em Nova York (EUA), eu não sei se consegue alguma coisa.
Já Fernando Haddad (PT), que é candidato ao governo de São Paulo, também está afastado porque precisou ser hospitalizado com pedras nos rins. Ela já está em campanha, na verdade, em pré-campanha, porque não se pode dizer que está em campanha por causa da lei eleitoral. É o Brasil da hipocrisia: dá-se um nome diferente, mas se faz a mesma coisa que faria na campanha.
E o ex-presidente Lula está tendo problemas em Minas Gerais para fechar uma aliança com o ex-prefeito Alexandre Kalil, que é candidato ao governo do estado. Está com um jeito de que o PSD mineiro vai acabar indo para o colo do presidente Jair Bolsonaro. É o que a gente está sentindo.
Além disso, Geraldo Alckmin também está com Covid e não pôde comparecer presencialmente ao lançamento da pré-candidatura lulista.
Ex-ministro da Saúde
A Justiça Federal do Amazonas julgou improcedente a ação de improbidade administrativa do Ministério Público Federal, que começou naquele circo da CPI da Covid, no Senado, contra o ex--ministro da Saúde, o Eduardo Pazuello. A decisão beneficiou também a secretária Mayra Pinheiro e outros secretários que a CPI só espinafrava, como Luis Otávio Franco Duarte, Hélio Angotti Neto e Francisco Ferreira Máximo Filho.
O caso se refere à crise do oxigênio em Manaus. O juiz não aceitou a ação de improbidade administrativa contra eles porque não ficou comprovado dolo do ex-ministro. O que a gente viu foi um Ministério da Saúde agindo rapidamente e muito bem, com coragem e desprendimento. Encheram aviões com oxigênio e levaram para lá, naquela correria, e conseguiram ajudar muito a população de Manaus.
Sai do partido, mas não entrega cargo
Mais uma vez o ministro do STF Alexandre de Moraes passou por cima do artigo 2º da Constituição, que fala em poderes independentes e harmônicos. O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), que ocupa um cargo que por direito pertence ao PL, recorreu ao Supremo e obteve liminar do Alexandre de Moraes mandando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a não receber nenhuma reclamação do PL querendo a cadeira de volta. Ramos trocou o Partido Liberal pelo PSD no fim do ano passado.
Está acontecendo o mesmo também com a deputada Marília Arraes (PE), que foi eleita pelo PT e recebeu a segunda secretaria da Câmara, mas ela trocou de legenda e foi para o Solidariedade. Como saiu o PT, ela teria que devolver a secretaria ao PT. Já a terceira secretaria, ocupada pela deputada Rose Modesto (MS), que foi para o União Brasil, também teria que ser devolvida ao antigo partido dela, o PSDB. É um ritual, um hábito da Câmara, tem que devolver.
Marcelo Ramos também recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral. O TSE então foi ouvir a Procuradoria-Geral Eleitoral, que se pronunciou com o óbvio. Citando o 2º artigo da Constituição, disseram que isso não é da alçada do TSE, mas sim uma questão interna da Câmara dos Deputados e não se pode se meter nas questões administrativas e internas da arena política.
Parece que só o Supremo não está acompanhando essas coisas que escreveram na Constituição de 5 de outubro de 1988.