O desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, afastado do cargo pelo CNJ| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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O afastamento de dois desembargadores do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre chocou juízes, chocou advogados, a opinião pública, jornalistas e chocou a mim também. Carlos Eduardo Thompson Flores, por exemplo, foi um deles. É um brilhante jurista, absolutamente isento, incorruptível. Do tipo ideal para uma cadeira no Supremo. Ele foi afastado por decisão pessoal do corregedor Luis Felipe Salomão, que agora está deixando de ser corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para ser vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles recorreram e estão nas mãos de Flávio Dino, que está pedindo informações ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para saber o que houve.

Só para vocês lembrarem, o voto do ministro Barroso, que é presidente do Conselho Nacional de Justiça, foi para anular esse afastamento dos dois, assim como ajudou a anular o afastamento da juíza Gabriela Hart e de um outro juiz, Pereira Júnior, que voltaram aos cargos. Mas ele não conseguiu voto suficiente para reverter a situação de Thompson Flores e o Loracy Flores de Lima. O placar foi de 8 a 7 pela anulação do afastamento dos dois juízes, mas Barroso e aqueles que o seguiram foram derrotados por 9 a 6 quando tentaram a anulação do afastamento de Thompson Flores.

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Hoje em dia o judiciário virou notícia, né? Eu não estou acostumado com isso. Eu passei 45 anos cobrindo o Brasil e 40 anos cobrindo Brasília. Durante todo esse tempo não vinha muita notícia do Judiciário. Tudo funcionava, mas ficava por lá mesmo, no Judiciário. Não era um poder politizado como está hoje. 

As queixas de Lula

Uma outra questão, o presidente Lula está se queixando do Congresso e do PT. Disse que o PT é muito pequeno no Congresso, só tem nove senadores, só tem 70 deputados, e que é preciso conversar mais. Os ministros também têm que conversar mais, mas ele ainda não pretende mudar ministro. Está se queixando também porque a mídia chama o que acontece com a educação, com a saúde e com o dinheiro dado aos pobres de gasto. Ele disse que não é gasto. Eu digo que é. Se a educação não prepara o jovem para o futuro, é gasto. É dinheiro jogado fora. Se está fazendo militância ideológica, é gasto. Se na saúde fica só a metade, também não adianta. Não contribui para uma população saudável, capaz de enfrentar o trabalho e sustentar a família. Podemos falar o mesmo do dinheiro para os pobres, se este não tiver porta de saída, se for para sempre. O próprio Lula já se queixou que não pode ser eterno. O Luiz Gonzaga cantou isso, que a esmola vicia o cidadão, faz mal.

Por trás de tudo isso há o pagador de impostos. Nós pagamos, no mês de março, R$ 190,6 bilhões de impostos. Isso tudo é para sustentar o Estado. Que serviços públicos estão sendo prestados à altura desse dinheirão todo que sai do nosso trabalho?

Banco Central

Aí ele ainda comete uma injustiça com o presidente do Banco Central. O Banco Central é o guardião da moeda e do crédito. Se não tem inflação, isso é graças ao Banco Central, que a mantém sob controle. Graças à política do Banco Central.

Quando o Banco Central aumenta juros, ele está aumentando o custo do dinheiro, o custo do crédito, para evitar o inflacionamento da moeda. Quem perde com a inflação sempre é o pobre, porque o pobre não tem investimento.

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Quem está investindo ganha com a inflação. O pobre não. O pobre bota R$ 100 no bolso no fim do mês e acaba ficando com R$ 90, pois R$10 somem com a inflação. Ele está sendo injusto porque diz que "Campos Neto deveria saber que quem perde com juro alto é o pobre". Todo mundo perde com juro alto. É uma cadeia. Agora, o pobre perde muito mais com a inflação. A inflação é o imposto mais injusto que é cobrado do pobre, porque é o imposto que ele paga quando vai fazer compra. Ele nota que a cerveja está mais cara, o cigarro tem mais imposto. É muito injusta a inflação. O Banco Central está sendo exemplo, aliás, é reconhecida no mundo inteiro como brilhante a atuação do Banco Central na defesa da moeda e do crédito.