Não acompanho futebol, mas um amigo que acompanha me falou da agressividade dos ataques de torcidas organizadas. Eu vi no Rio de Janeiro porque me hospedei no mesmo hotel onde estava o Peñarol. Os torcedores do Botafogo passaram a noite toda jogando rojões para não deixar os jogadores do Peñarol dormirem. No dia seguinte, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a torcida do Peñarol revidou, atacando ônibus e quiosques, fazendo quebra-quebra. Houve 200 prisões. Na Rodovia Fernão Dias, a torcida organizada do Palmeiras atacou um ônibus da torcida organizada do Cruzeiro. Trancou as portas do ônibus para que todo mundo morresse queimado. Morreu um, houve uma violência incrível.
O crime organizado vai se espalhando por tudo
Contam-me que já existe vínculo de torcida organizada com o crime. Então o crime está metido em tudo: na política, nos transportes, em postos de gasolina. E eu me pergunto: será que os três poderes estão atentos a isso? Ou o crime já entrou por lá também? Vi agora um desembargador recém-aposentado no Mato Grosso do Sul que tinha R$ 2,7 milhões guardados em casa. Não é possível que a pessoa guarde dinheiro em casa. Existe banco para quê? Aplique esse dinheiro! Claro que é dinheiro de venda de sentença. Então sim, o crime chegou ao Judiciário, chegou ao Geddel Vieira Lima, chegou ao pessoal com dinheiro na cueca.
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E aí, três poderes? Essa é uma obrigação dos três poderes, porque isso golpeia as instituições democráticas, que se enfraquecem, se entregam ao crime. Não se combate o crime perseguindo agricultor e pecuarista pobre na Amazônia, garimpeiro que vem do interior do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba, do Maranhão, do Piauí, resolver a vida na Amazônia, ver se descobre alguma esperança, alguma luz no fim do túnel, e que é escorraçado como se fosse criminoso. No entanto, existem territórios liderados pelo crime em grandes cidades, onde a autoridade não entra. Isso, sim, devia ser o assunto principal da campanha política, da campanha eleitoral.
Entidade quer reduzir letalidade da polícia. Que tal reduzir a letalidade do bandido?
Agora se reúne no Rio de Janeiro uma entidade chamada Fórum Brasileiro de Segurança Pública para recomendar que a polícia baixe a letalidade. Tinham de recomendar ao bandido baixar a letalidade, a não usar mais fuzil, nem granadas. Mas não, parece que o bandido está apoiado até por decisões do Judiciário. É uma coisa incrível. Fora o combate às pessoas de bem por armas: houve um esquizofrênico lá em Novo Hamburgo (RS) que matou o pai, o irmão, um policial e feriu dez pessoas. Ele erradamente obteve registro de arma. Como foi possível? Ele passa por um exame para saber se tem equilíbrio psicológico. E passou, como é que pode?
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Em Nova York, nada de arma em local com aglomeração, mas aqui não querem ninguém com arma
Em Nova York, está passando uma lei que pode proibir portar armas em escolas, cinemas, teatros, bares, parques e na Times Square. Isso já está nas recomendações para quem tem porte de arma: não frequentar bares, casas noturnas, cinema, teatro, aglomeração. Portar arma nesses lugares é proibido em Nova York, mas jamais a legislação americana vai impedir que o cidadão exerça o seu direito de defesa de vida e propriedade. Isso é tradição na cultura americana. Mas aqui desarma-se a pessoa e, mais incrível ainda, querem desarmar a polícia também, ou fazer com que a polícia baixe as armas. Aí a polícia vai ser morta, e não teremos mais a polícia para nos proteger. Será que é isso que as pessoas querem?
Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos