O Diretório Nacional do PT, por 68 votos a 16, aprovou o nome de Geraldo Alckmin (PSB) para ser vice na chapa com Lula. Ou seja, 16 integrantes da direção do partido são contra, muitos dos quais criticam a administração da atual presidente Gleisi Hoffmann. Agora, essa decisão vai para a convenção nacional do partido.
Esta será a chapa formada por PT, PSB, PV, Psol e, depois, pode ser que venha a Rede Solidariedade. Aí, eu me pergunto: mas se é essa a chapa, o que Lula foi conversar com metade da bancada de senadores do MDB, mais os ex-senadores José Sarney e Eunício Oliveira – este, aliás, foi ministro de Lula e dirigente do MDB?
Certamente foi para o MDB deixar de lado Simone Tebet e ir para o lado de Lula, ou pelo menos uma parte dos emedebistas. É uma conspiração, uma tentativa de sugerir que o MDB pode trair a presidenciável do partido.
Tebet está dialogando com União Brasil, MDB e PSDB, que vão escolher um candidato único entre ela, o ex-governador João Doria e o deputado Luciano Bivar até meados de maio. Certamente será ela, porque Bivar é um desconhecido e Doria não decola. E o presidente do PSDB, Bruno Araújo, já sugere que o vice possa ser o ex-governador Eduardo Leite.
É essa chapa que Lula está tentando implodir, com a cumplicidade de alguns emedebistas, com Sarney de um lado e Michel Temer de outro. Já Ciro Gomes (PDT) vai correndo por fora nessa terceira via também.
União Europeia
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou a União Europeia, que é um bloco econômico, para monitorar as eleições brasileiras. Nunca o Brasil convidou para acompanhar a eleição brasileira um organismo do qual não fosse membro, e o Brasil não é europeu. São 27 países na União Europeia, o pessoal da zona do euro.
O Brasil pode convidar a ONU, do qual somos parte e fundadores, inclusive. Ou a Organização dos Estados Americanos, mas não a União Europeia, no meu entendimento.
Ministros do Supremo
Fiquei imaginando depois que os ministros Luis Roberto Barroso e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, deram declarações no exterior manifestando opinião sobre política, corrida eleitoral, entre outras coisas.
Quando eles estavam na Escola de Direito e eram jovens, será que ouviram alguma vez alguma declaração parecida com essa dos ministros do Supremo de então? Certamente, não. Os ministros do Supremo de antigamente tinham um apego muito grande à imparcialidade e à isenção.
Flagrante delito
A polícia apreendeu quase 700 quilos de cocaína escondidas em uma carga de mangas para ser exportada em Itaguaí, já perto do porto, em um evidente caso de flagrante. Mas a Justiça Federal do Rio de Janeiro disse que a polícia não tinha autorização judicial para fazer a apreensão e anulou a operação.
Mas como isso é possível se os artigos 301, 302, 303 do Código de Processo Penal explicam claramente o que é flagrante. Se o sujeito tem cocaína em casa, ele está em permanente flagrante, porque está em permanente crime, afinal a cocaína é ilegal. Quem esconde cocaína em um depósito ou seja lá o que for está em permanente flagrante. Portanto, a autoridade policial ou qualquer representante do povo pode entrar lá e dar o flagrante.
Agora, a Justiça Federal do Rio cancelou a prisão dos três traficantes e anulou a apreensão, citando uma decisão do Supremo Tribunal, que se não tem autorização, não pode invadir o depósito.
Engraçado que inventaram um flagrante delito esquisito para entrar na casa do deputado Daniel Silveira, às 23 horas, dizendo que era flagrante porque as declarações dele continuavam nas redes sociais. Bom, então vamos fazer a analogia, embora esquisita: a cocaína continuava escondida, para ser contrabandeada e embarcada provavelmente para a Europa.