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Pablo Marçal (PRTB) disse ter deixado para votar no fim do horário "para mostrar que os últimos serão os primeiros".
Pablo Marçal (PRTB) ficou em terceiro lugar no primeiro turno em São Paulo.| Foto: Sebastião Moreira/EFE

Muitos de vocês talvez já tenham se acostumado com o ativismo judicial. Eu não consigo me acostumar, porque isso não existiu pela maior parte da minha vida; é coisa surgida dez anos atrás. Agora leio no Valor Econômico que Pablo Marçal vai ter de acertar contas com a Justiça Eleitoral e poderá ser declarado inelegível, segundo ministros do TSE e do STF ouvidos pelo Valor.

Quando leio uma coisa dessas, me cai o queixo. Juízes que vão julgar um caso já estão antecipando a decisão, anunciando que a pessoa vai ficar inelegível. É como se dissessem “nós ainda nem recebemos nada, não sabemos se vai chegar aqui um processo, mas certamente vai chegar, e aí vamos condenar”. É incrível! Estudantes de Direito, advogados, juristas que estejam me ouvindo ou lendo, podem ficar horrorizados também. A menos que essa notícia não seja verdadeira, porque não traz o nome dos tais ministros que falaram com o Valor Econômico.

Agora que a eleição terminou em boa parte do Brasil, Moraes desbloqueia o X 

Já posso voltar para o Brasil: Alexandre de Moraes desbloqueou o X, que eu continuei a usar aqui em Portugal. Mas os brasileiros ficaram sem a rede social por quase todo o período eleitoral. A rede saiu em 30 de agosto, ficou bloqueada por todo mês de setembro; os brasileiros não puderam discutir pelo X ideias, opiniões e valores que estão em jogo numa eleição. Não puderam fazer isso nem nos últimos dias antes da eleição, nem mesmo no dia seguinte à eleição; só a partir desta terça-feira. Ficamos sem poder debater em um período importante, porque as plataformas digitais são a nova ágora do mundo, é o lugar em que o povo – que é a origem de todo o poder – pode discutir ideias, e do choque de ideias surgem os valores, as verdades de cada um, que são submetidas ao debate com seus contrários, seus adversários.

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Daniel Silveira só mudou de cadeia, mas continua preso

O X está de volta; só quem não recupera a liberdade é o ex-deputado Daniel Silveira. Ele saiu de um presídio e foi para outro, uma colônia agrícola. Continua preso; chegou a haver notícias de que ele ganharia a liberdade, mas não.

Não achem que o PT está virando carta fora do baralho

Muita gente está olhando os números do PT, dizendo que o partido perdeu feio no domingo. O PT pode não ter voto (e tem cada vez menos), mas tem a mídia, o meio artístico, os professores – não só universitários, mas os professores em geral. Então, o PT ainda tem muito. Por outro lado, a direita e a centro-direita têm brigas internas, cisões como essa do pastor Silas Malafaia, que praticamente xingou Jair Bolsonaro, dizendo que ele cometeu erros estúpidos em Curitiba e em São Paulo. E o segundo turno terá encontros de direita versus direita, ou direita versus centro-direita, em muitas cidades. É assim que a maioria se enfraquece, se divide, e fica do mesmo tamanho da minoria.

Mais álcool na gasolina que enche o tanque do seu carro 

O presidente da República sancionou uma lei que aumenta a quantidade de álcool na gasolina do seu carro; agora, pode ser de até 35%. O diesel teve apenas um aumento de 1 ponto sobre os 14% de biodiesel atuais, para chegar a 20% em 2030 e a 25% em 2031. Eu me perguntando como fica o sistema de alimentação dos carros, o sistema de injeção de diesel e de gasolina, com esse acréscimo de álcool. Até onde eu sei, forma uma borra, entope. Acontece o mesmo nos aviões. E o pessoal ligado à aviação diz que esse combustível que não tem carbono etc. é cinco vezes mais caro, o que vai aumentar o custo da passagem. Será que vamos deixar de lado o nosso petróleo? Acho muito bom produzirmos álcool de cana, também é riqueza – eu lembro de quando surgiu o Proálcool, nos anos 70, programa que foi chefiado por Aureliano Chaves, vice-presidente da República. Mas ainda temos uma riqueza grande em petróleo. Faremos o quê com ela? Produzir apenas plástico, talvez?

Galípolo está confirmado como próximo presidente do Banco Central

O Senado aprovou o novo presidente do Banco Central pelos próximos quatro anos. Sai Roberto Campos Neto, em 31 de dezembro, e entra Gabriel Galípolo. Ele já está no Banco Central como diretor; passou pela sabatina e o plenário do Senado aprovou seu nome. Galípolo foi secretário do Ministério da Fazenda sob Fernando Haddad, é muito ligado a Aloizio Mercadante e Luiz Gonzaga Belluzzo. Não se aproxima nem um pouco de Paulo Guedes, portanto.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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