Nesta sexta, Jair Bolsonaro vai ficar inelegível até 2030. Já está 3 a 1 – o único voto favorável foi o do ministro Raul Araújo, que ficou do lado da Constituição, do inciso IV do artigo 5.º, que diz que, não havendo anonimato, é livre a manifestação do pensamento. Isso vale para presidente da República também, e foi isso que Bolsonaro fez diante dos embaixadores no Alvorada, mostrando as suas desconfianças em relação à urna sem comprovante de voto. Ironicamente, quem apresentou a queixa ao TSE foi um partido que desde sempre defende o comprovante do voto. Desde que o seu líder máximo, Leonel Brizola, botou a boca no mundo para não ser prejudicado na contagem informatizada lá da Proconsult. Se não tivesse gritado, talvez ele não teria sido eleito governador do Rio de Janeiro.
O relator Benedito Gonçalves gastou 382 páginas para demonstrar que Bolsonaro praticou crime eleitoral, de abuso do poder econômico e poder político ao falar para os embaixadores estrangeiros, que não são eleitores no Brasil. De 3 a 1 o placar deve ir para 5 a 2. Supõe-se que Kassio Nunes Marques possa votar a favor dele, mas os outros votos são da ministra Cármen Lúcia e do ministro Alexandre de Moraes.
O que vai acontecer agora é que Bolsonaro vai ser turbinado. Estão dizendo que ele está sendo crucificado, vai virar Cristo alguém que já tem Messias no nome, e talvez seja um empuxe aí de ressurreição, porque ele não vai poder receber voto, mas cada vez mais é reforçada a possibilidade de ele eleger pessoas como tem feito até hoje. Elegeu governadores, elegeu senadores, elegeu deputados, é o que tem feito nesses dias.
Alysson Paolinelli, herói brasileiro que a esquerda ignora
Nesta quinta-feira, o presidente Lula participou do Foro de São Paulo. Que muita gente, durante a campanha eleitoral, disse que não existia, que era uma invenção, mas não é. Está aí o Foro de São Paulo, criado por Lula, Fidel Castro e Hugo Chávez, como alternativa para o fim da União Soviética, para o marxismo continuar no terreno fértil da América Latina. Lula, talvez tão envolvido com o Foro de São Paulo, não teve tempo – pelo menos eu não vi – de declarar luto nacional pela morte de um herói, Alysson Paolinelli, que fez a revolução verde no Brasil, da agricultura tropical.
Agricultura, no mundo, só dava certo em região temperada. Mas Alysson Paolinelli e sua equipe da Embrapa converteram o Brasil no celeiro do mundo, evitando a fome que é motivo para guerras. Por isso ele foi indicado por duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, e ganhou aquele que é chamado de “Nobel da Agricultura”, que é o World Food Prize, em 2006. Ele foi ministro no governo Geisel e foi três vezes secretário de Agricultura em Minas Gerais, onde o governador Romeu Zema e muitas prefeituras decretaram luto. Tomara que alguém pense em levar o nome dele para o Panteão dos Heróis, lá na Praça dos Três Poderes.
Ficamos muito orgulhosos em saber que nós somos capazes de produzir homens da estatura de Alysson Paolinelli. Eu quero fazer esse registro porque me orgulho de ter convivido com ele desde o início, quando chegou aquele jovem com quatro anos a mais do que eu. Ele tinha 37, 38 anos quando virou ministro da Agricultura. Um hectare no cerrado não valia um tostão furado. Hoje, o fruto é de grandes colheitas que dão equilíbrio para a balança comercial brasileira, para o nosso balanço de pagamentos, que trazem divisas que permitem que importemos e que cresçamos.
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