Os primeiros dias de CPI não surpreenderam. Os senadores da comissão agiram como era esperado. E os depoentes também. Não saíram novidades nem revelações. Tivemos o já ouvido, o já visto, o já sabido. Como no senado da Roma antiga, tivemos os questores e também Catilinas, a repetir, como Catão, delenda Bolsonaro, delenda Bolsonaro. Não disfarçaram isenção e deixaram claro o objetivo, conhecido por gregos e troianos, de tentar enfraquecer o presidente, para evitar reeleição.
A CPI se instalou por ordem de um ministro do Supremo - o que, certamente, não teria acontecido se o presidente do Senado fosse Jarbas Passarinho ou Antônio Carlos Magalhães. O presidente Rodrigo Pacheco aceitou dois requerimentos: o primeiro, do senador Randolfe Rodrigues(Rede/AP), com 31 assinaturas, e o segundo do senador Eduardo Girão(Podemos/CE), com 45 assinaturas. Randolfe, das 31 assinaturas, tornou-se vice-presidente da comissão, e é influente na condução dos trabalhos, tanto que seu objetivo, de investigar o presidente, prevalece sobre o do senador de 45 assinaturas, de investigar o destino dos bilhões liberados pelo governo federal aos estados e municípios.
Ou seja, a CPI investiga o provedor dos recursos e não os executores dos gastos. Como o senador Girão citou em seu requerimento, o fato de a Polícia Federal conduzir 61 investigações sobre fraudes diversas com dinheiro federal, não motivou até agora os inquisidores da comissão. Mesmo porque há dois pais de governadores - um deles o próprio relator - e um ex-governador com a família investigada em desvios da saúde - o próprio presidente da comissão.
Não entendi porque as lideranças partidárias que indicaram os integrantes da CPI foram tão ousados em desafiar a memória popular. Hoje em dia, com as redes sociais, o debate e a troca de informações é imediato e envolve milhões. A CPI ainda não se deu conta do desgaste. Vai se expor por 90 dias. A audiência já está caindo, o desinteresse aumenta a cada sessão espetaculosa. Por enquanto, uma inquisição pouco santa vai condenando Bolsonaro e a cloroquina. O articulista gaúcho Percival Puggina previu esta semana que a CPI vai inocentar o vírus.
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