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Alexandre Garcia

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Quem não quer comprovante de voto está mal-intencionado

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Urnas eletrônicas devem ser usadas nas eleições 2022 (Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo)

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O ministro Ricardo Lewandowski, relator de um mandado de segurança com pedido de liminar para afastar da CPI da Covid os pais dos dois governadores, Renan Filho e Jader Barbalho, não aceitou o pedido de três senadores e quatro entidades da sociedade brasileira. O ministro alegou que esse é um assunto interno do Senado. É incrível como consegue mudar. Lewandowski, há uma semana mais ou menos, avalizou, com o voto, aquela liminar de Luís Roberto Barroso que mandou o presidente do Senado abrir a CPI, dizendo que tem que abrir.

Aí não era invasão de assunto doméstico do Senado. Agora é. Mas, enfim, ele já fez uma ginástica semelhante no julgamento da presidente Dilma, porque o parágrafo único do artigo 52 ou 53 da Constituição dizia que o presidente condenado fica inelegível por 8 anos. E conseguiram deletar o inelegível por 8 anos temporariamente da Constituição.

Voto impresso

Aliás, às vezes eu penso que tem gente que jurou a Constituição, mas só o capítulo das disposições transitórias, porque é tanta coisa mexendo no texto. Agora, por exemplo, a Justiça que não quer um comprovante de voto.

Eu fico me perguntando: quem não quer um comprovante de voto está mal-intencionado. Imagina, você faz uma compra com cartão e o comerciante não quer dar o seu comprovante da maquininha do cartão. Espera aí, está mal-intencionado. Por que não? É só o comprovante, não fica na mão do eleitor. Vai cair numa urna. É só por um caso de dúvida. Eu já vi teste que põe um programa malicioso dizendo que para cada dois votos de um fulano, ou cada três votos no fulano, um deles não é do fulano, é só programar para isso.

Então precisa que o eleitor veja ali, se está realmente, eu votei nesse aqui, cai o papelzinho na urna. Se houver dúvida, vão contar os papeizinhos da urna. É o poder dissuasório. A gente sabe que é possível. Todo mundo que vive no mundo digital sabe que é possível, então é preciso, sim, antes que falte só um ano para a eleição, que entre isso pra a valer, porque já fizeram três vezes essa lei, e três vezes a Justiça derrubou.

Secretário preso em Itatiaia

Bom, o secretário de Saúde de Itatiaia (RJ) foi preso ontem junto com o ex-secretário de planejamento, um PM cúmplice e mais duas pessoas. Eles pegavam o dinheiro daquele equipamento de proteção individual. A prefeitura alega que era para proteger os profissionais de saúde. Claro que era, mas protegeu também o bolso de gente que foi presa. Um negócio de R$ 25 milhões. Sabe lá quantos por esse país, temos 5.570 municípios. Esse é um deles. Só para a gente imaginar: será que isso vai para CPI?

Bom, e a CPI vai levar para lá o ministro Mandetta, ex-ministro Teich, ex-ministro Pazuello, atual ministro Queiroga, presidentes da Anvisa, Almirante Barra, e o secretário de comunicação da presidência, ex-secretário, Fábio Wajngarten. Que vai contar lá porque que ele interferiu na intenção da Pfizer vender vacina no Brasil. Ele tentou abrir portas pro negócio. Wajngarten tem dito que o presidente não teve nada a ver com isso, e nem o Pazuello. Mas está se queixando que tem gente que está fazendo corpo mole, e deixando que o presidente assuma a responsabilidade.

Força Nacional em Rondônia

Por fim, eu queria registrar para vocês, para o pessoal ficar com um pé atrás. O governador de Rondônia esteve com o presidente e o ministro da Justiça para pedir emprego da Força Nacional. Tem um grupo guerrilheiro chamado Liga Camponesa dos Pobres, com todas as características estratégicas - táticas, armas, ligação com o drogas, muita munição - ligado às Farc colombiana, atuando em Rondônia, no extremo sul da Amazônia, e também no Acre.

As últimas quatro fazendas foram assaltadas com as mesmas características, com 40 homens muito bem armados, que espancam funcionários, dão muitos tiros. A munição tá sobrando.

A polícia e a inteligência de Rondônia já descobriram ingredientes para refino de droga. Já houve uma reunião aqui, em Brasília, envolvendo o Ministério da Defesa, Ministério da Justiça, até o Conselho Nacional de Justiça e a Procuradoria Geral da República, considerando que estão diante de um assunto de segurança nacional, e que esse é um mal que precisa ser cortado logo pela raiz.

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